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Empregos da ZFM novamente em risco

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18/06/2019

Reportagem publicada pelo Jornal Acrítica

Larissa Cavalcante

Parlamentares, empresários, economistas e lideranças da indústria repudiaram a declaração do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que o governo federal estuda a possibilidade de reduzir de 16% para 4% os impostos sobre importação de produtos de tecnologia da informação, como computadores e celulares.

A medida, caso aplicada, afetará diretamente empresas do setor instaladas na Zona Franca de Manaus (ZFM). Na noite do domingo, Bolsonaro usou o Twitter para defender que a medida é "para estimular a competitividade e inovação tecnológica". "Avaliaremos também a possibilidade de reduzir impostos para jogos eletrônicos", acrescentou Bolsonaro, em outro tuíte.

O coordenador da bancada amazonense, senador Omar Aziz (PSD), classificou como falta de conhecimento a manifestação do presidente da República. Ele afirmou que a proposta de inovação tecnológica do governo não irá gerar empregos no País tampouco a redução do preço dos produtos. "Quando importamos bens intermediá rios, componentes, e se produz um produto final já é inovação tecnológica de ponta. O presidente está sendo mal orientado e tem interesses por trás. Quem ganha com isso é os importadores. Se desemprega, perde o poder aquisitivo e não vende", declarou.

Segmento vital

Em 2018, o setor de eletroeletrônicos apresentou um faturamento de US$ 7,4 bilhões, significando 29% do faturamento total do Polo Industrial de Manaus (PIM) e o de Bens de Informática de US$ 5,6 bilhões, 22% do total.

Aziz fez críticas ao governo Bolsonaro e disse que é necessário diálogo com o superintendente da Suframa, coronel Alfredo Menezes. "O presidente Bolsonaro está vivendo um governo de bravatas. Absolutamente nada de concreto. O desemprego continua a aumentar, a economia patina e o PIB não vai crescer 1%", resumiu o senador.

Para o senador Plínio Valério (PSDB), a medida tira a competitividade das indústrias instaladas na ZFM, resultará em demissão e, consequentemente,

Comentário

POR Wilson Périco

PRESIDENTE DO CENTRO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO AMAZONAS (CIEAM)

Medida não é inteligente e nem salutar "Surpreende e assusta o comentário do presidente com relação a redução de impostos de produtos que hoje são produzidos no País.
Somente aquilo que já é produzido na Zona Franca e que já tem a isenção do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), ou seja, não vai causar a redução do pre ço do produto ao consumidor, mas vai causar desemprego.

Essa insegurança jurídica que já temos se reforça com essa declaração, mesmo não sendo de uma fonte não oficial, e afugenta novos investidores. Qual o estudo ou indicadores que respaldam a decisão? A medida típica do governo anterior, isto é, para provo car mesmo.
Fora do tempo, enquanto o governo faz um esforço para diminuir o déficit ao mesmo tempo diminui a arrecadação, aumentando o déficit.

Gera emprego fora do Brasil. Não estimula a competitividade, acaba com ela. Não vejo como inteligente e nem salutar". redução na receita tributária. "O Amazonas já está com problemas com a diminuição da arrecadação tributária estadual, essa medida se concretizada, implicará queda na economia do Estado e consequentemente na arrecadação de tributos. E lá vamos nós outra vez, defender a Zona Franca de Manaus", afirmou.

CLASSE EMPRESARIAL

De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fieam), Antônio Silva, os setores de produtos de informática e eletroeletrônicos são responsáveis por 51% do faturamento do Polo Industrial de Manaus (PIM). Segundo Silva, a medida é prejudicial a todos os produtores nacionais do País, caso se concretiza, ele aponta que haverá a retração

Blog

Serafim Corrêa deputado estadual

"Fiquei assustado com o anúncio feito pelo presidente da República através de suas redes sociais de que vai diminuir alíquotas do imposto de importação de computadores e celulares.

Vão quebrar todas as indústrias do ramo na Zona Franca de Manaus e no Brasil. Ou vão virar importadoras. É a repetição da abertura do Governo Collor. Os produtos ficarão baratos, mas vai aumentar o desemprego. Portanto, faltarão compradores. Isso é solução? Todos nós já cansamos de sempre correr atrás de apagar incêndio. Há uma predisposição contra a Zona Franca muito grande e sempre, a cada momento, na menor possibilidade, quando se pensa que está tudo bem, lá vem mais uma novidade. A Suframa precisa agir.
Querem dar condições para os fabricantes de celular fora da ZFM".

Revolta também na Câmara

Para o vereador Elias Emanuel (PSDB), a redução do imposto facilitará a entrada de produtos estrangeiros, o desaquecimento da indústria local. "Cria emprego na China e fecha as oportunidades aqui. No Centro de Manaus, o comércio está entregue às baratas. A massa de desempregados vem aumentando. Não vai adiantar ter produto nas prateleiras porque potencial de compra nós não temos", disse.

Na avaliação do Sassá (PT) o acréscimo no desemprego pode ocasionar aumento nas estatísticas de assaltos. "Só quem está pagando o preço é a Zona Franca. Não temos outra fonte de renda e não podemos desmatar. Do que a população irá viver?", afirmou.
Da tribuna, Chico Preto (PMN) fez um apelo para que a bancada federal ao invés do con fronto de palavras, aja com inteligência estratégica e motive a equipe econômica a vir conhecer o Polo industrial de Manaus. "Precisamos descortinar a Zona Franca para atual equipe econômica e mostrar a importância do ponto de vista ambiental, econômico sendo um modelo substituidor de importações, estratégia nacional", pondera.

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