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Empregos crescem e receita diminui no Amazonas, diz pesquisa

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02/08/2021

Bianca Fatim

A Pesquisa Anual do Comércio (PAC) 2019, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou um dado curioso sobre o Amazonas: em 10 anos, os empregos e locais de comércios cresceram, mas a participação de receita caiu no estado.

Enquanto houve um crescimento em atividades comerciais de 12,1%, passando de 77,4 mil, em 2010, para 88,1 mil, em 2019, nos empregos, aconteceu uma queda na participação do Amazonas de 6,9 pontos percentuais na região Norte. Há 10 anos atrás, o estado colaborou com 31,7%. Enquanto em 2019, foi para 24,8%.

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas (Fecomércio-AM), Aderson Frota, se assustou com o resultado da pesquisa, mas acredita ter uma explicação plausível para o resultado. O Amazonas tem, apenas, dois polos importantes que geram renda para o estado - indústria e comércio - e o declínio da receita desses núcleos pode ter contribuído para a resposta do estudo.

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Esse resultado casa uma certa estranheza. Alguns fatores podem explicar esse resultado, primeiro que o Amazonas só tem dois polos extremamente importantes: a indústria e o comércio. Não temos agropecuária, não temos uma agricultura forte, então, isso pode ter contribuído fortemente para o desenvolvimento frágil do Amazonas em 2019."

Aderson Frota, Presidente da Fecomércio

Além disso, o presidente da Fecomércio ainda cita a recessão que aconteceu no ano de 2019 e afetou duramente a economia na época, sendo um dos contribuintes para esse resultado.

"Outra coisa que convém a gente mencionar, é que em 2019 o Amazonas sofreu um processo recessivo muito grande, com desemprego, com perda de renda e com qualidade de vida, e isso tudo acabou repercutindo nesse decréscimo de participação que teve no estado. A recessão foi pesada. Muitas pessoas tiveram grandes dificuldades, muitas pessoas do serviço de construção também faliram", declara.

Crescimento na atividade comercial

Pesquisa Anual do Comércio 2019 ainda revelou que no Amazonas foram R$ 42,8 bilhões em receita bruta de revenda e de comissões sobre vendas, e a margem de comercialização foi de R$ 9,1 bilhões. Além disso, o setor ocupou 88,1 mil pessoas, pagando R$ 2,1 bilhões em salários e outras remunerações. Esses valores foram gerados por 8.422 unidades locais de empresas comerciais, que contribuíram para a economia do estado.

A presença de pessoas no comércio em 2019 também cresceu frente aos 10 anos anteriores, aumentando 12,1%. Em 2010, eram 77,4 mil, e passou para 88,1 mil, em 2019. Já o número de unidades locais de empresas comerciais cresceu 3,5%, indo de 8,1 mil, em 2010, para 8,4 mil, em 2019.

Ainda houve um crescimento expressivo na margem de comercialização, tendo um impressionante aumento de 96%. Há 10 anos atrás, a margem estava no 4,6 bilhões, enquanto 10 anos depois, em 2019, ela chegou a 9,1 bilhões.

Região norte

Na Região Norte, houve crescimento de 10,0% no número de unidades locais de empresas comerciais, entre 2010 e 2019, partindo de 29.164, em 2010, para 32.401, em 2019. Entre os Estados do Norte, o maior crescimento no número de unidades locais no período foi o de Tocantins, com 33,9% de aumento, partindo de 2.046 unidades locais, em 2010, para 3.093, em 2019. O único Estado da Região com queda nessa variável foi o Acre (-1,0%).

Na Região Norte, o Amazonas é inferior apenas ao resultado do Pará, que pagou 2,7 bilhões em salários, e teve crescimento de 57,5% no valor total de salários, retiradas e outras remunerações. Além de estar em primeiro lugar no ranking dos estados da região Norte que mais contribuem com a economia do país.

O presidente da Fecomércio, Adevaldo, acredita que o Pará estar assumindo o ranking devido ter um setor mineral que dar muito lucro para o estado paraense e também para a economia brasileira.

"Agora o Pará tem uma justificativa muito plausível para ter esse crescimento. Que além dele ter uma logística mais fácil, menos complicada, de custos mais baixos, eles ainda tem o setor mineral, que é muito pujante e contribui com o crescimento da economia", finaliza.

Na Região Norte como um todo, no período entre 2010 e 2019, o valor total dos gastos com salários foi 43,1% maior.

*Com informações do IBGE

Fonte: EM TEMPO

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