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Emprego nas MPEs no AM no nível mais baixo desde março

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16/12/2021

Os pequenos negócios voltaram a carrear as contratações com carteira assinada, no Amazonas, em outubro. Mas, o saldo de empregos formais voltou a desacelerar e chegou ao nível mais baixo desde março de 2021, além de ficar novamente aquém da marca de 12 meses atrás. Serviços e comércio ainda respondem pela maior parte da oferta, com uma pequena perda de fôlego na indústria. É o que revela o boletim mensal do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa), embasado nos dados do ‘Novo Caged’ (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

O saldo mensal registrado pelas MPEs foi de 2.187 vagas formais, em desempenho mais fraco do que o de setembro (+2.536). Ainda assim, superou o total registrado pelo Estado (+2.099) – contra 57,77% das 4.390 vagas do levantamento anterior. Também foi um dado 36,37% inferior ao de outubro de 2020 (+3.437). As micro e pequenas empresas amazonenses apresentaram média de 14,23 novos postos de trabalho a cada mil já existentes, situando o Estado na quarta posição do ranking nacional. No mês anterior, essa proporção foi de 15,53 por mil e o Amazonas ficou em oitavo lugar.

De janeiro a outubro de 2021, o saldo das pessoas jurídicas amazonenses de pequeno porte (23.129) respondeu por 72,18% dos postos de trabalho celetistas do Amazonas (32.041). Em um cenário já de vacinação em massa e queda e refluxo da pandemia, mas também de inflação, juros e dólar em alta, a média de 150,46 empregos por milhar fez o Estado subir da oitava para a terceira posição, em todo o Brasil. Em 12 meses, o desempenho de outubro (+2.387) superou apenas fevereiro (-1.127) e janeiro (-504) de 2021, além de dezembro de 2020 (-940). No confronto dos acumulados do ano, 2021 (+23.129) segue muito acima de 2020 (+6.427), para as MPEs do Estado.

Na média nacional, os pequenos negócios (1.924.999) responderam por 72,75% dos postos de trabalho (2.645.974), nos dez meses iniciais do ano, ficando também muito acima do resultado de 2020 (-194.700). Em outubro de 2021 (+201.709), a fatia de criação de postos de trabalho nos pequenos negócios foi de 79,70%, embora tenha perdido para o dado do levantamento anterior (+227.892).

As médias e grandes empresas do Amazonas, por outro lado, recuaram em outubro (-104), mas conseguira sustentar alta no aglutinado dos dez meses iniciais de 2021 (+8.862) – respondendo por 27,66% do saldo do Estado, neste caso. A comparação do aglutinado de 2021 com igual intervalo de 2020 – quando as MGEs amargaram eliminação de 533 ocupações – também mostra melhora substancial. A administração pública, por sua vez, amargou corte de 1 emprego, na variação mensal, e criação de 27 vagas, de janeiro a outubro.

Na média brasileira, enquanto as micro e pequenas empresas encabeçam a geração de empregos até outubro, as médias e grandes (+51.349) colheram números positivos pelo décimo mês consecutivo, ao contribuir com 20,29% do total de outubro (+253.083). A administração pública gerou os empregos restantes (+920). No acumulado, os números respectivos por rubrica corresponderam a ingressos de 590.768 e de 19.758 trabalhadores.

Serviços e comércio

O setor de serviços puxou novamente a abertura de empregos nas micro e pequenas empresas do Amazonas, com 1.343 novas vagas – em paralelo com um decréscimo de 329 ocupações, nas médias e grandes. Na sequência está o comércio (+643), que retomou a segunda posição – embora tenha gerado apenas 135 empregos nas companhias de maior porte. A indústria de transformação (+360) caiu para o terceiro lugar, sendo seguida por indústria extrativa mineral (+2), agropecuária (-43), serviços de utilidade pública (-10) e construção (-108) – contra +326, +8, +15., -21 e -238, respectivamente, para as MGEs.

Em relação ao saldo total dos dez primeiros meses deste ano, as contratações das micro e pequenas empresas amazonenses também foram impulsionadas pelos serviços (+11.279). O comércio (+5.091) se manteve na segunda posição, mas ainda sendo seguido de perto pela indústria de transformação (+4.505). Construção (+2.045), agropecuária (+87), extrativa mineral (+85) e SIUP (+37) ocuparam as demais colocações. As MGEs, por sua vez, pontuaram saldos respectivos de +2.770, +246, +4.000, +1.295, +348, +95 e +108.

Em todo o país, os serviços (+87.542) também carrearam as contratações nos pequenos negócios, o equivalente a 62,25% das contratações das médias e grandes empresas do setor (+53.952). Na sequência, vieram o comércio (+61.310), indústria da transformação (+28.398), construção (+22.576), SIUP (+2.434), extrativa mineral (+607) e agropecuária (-1.153). As companhias de maior porte se saíram pior em todos os setores, com resultados positivos apenas para serviços (+330.049) e indústria da transformação (+208.758).

Em matéria divulgada no site do Sebrae nacional, o presidente do Sebrae, Carlos Melles, ressalta que mesmo com a nova metodologia adotada pelo Caged, as micro e pequenas empresas mantiveram o bom desempenho apresentado desde a retomada da geração de empregos no país. “Mesmo com um quantitativo menor do que o observado nos últimos meses, devido à mudança de metodologia, os pequenos negócios são os que mais têm ajudado no aumento da criação dos novos postos de trabalho no país. São eles os grandes responsáveis pelo sustento de milhões de famílias brasileiras”, enfatizou.

Necessidade de fortalecimento

A gerente da unidade de Gestão e Estratégia do Sebrae-AM, Socorro Correa, destaca que, em outubro, praticamente 80% do saldo de empregos são de micro e pequenas empresas. Ela lembra que serviços e comércio são os principais responsáveis pela expansão e que as MPEs responderam por mais do que as 100% de vagas geradas no Amazonas. “As demissões ocorreram no setor público e nas médias e grandes empresas. Apesar da excelente performance de 2021, continuamos atentos, pois a taxa de crescimento dos empregos começou a desacelerar, desde julho, cujo saldo de empregos foi de 4.687, atingindo em outubro 2.187 de empregos na análise de saldo mensal.

Em entrevista anterior à reportagem do Jornal do Commercio, a executiva salientou que a queda no consumo, em decorrência da inflação, impacta na manutenção dos empregos e na abertura de novas vagas, já que a alta de preços de energia e combustível desencadeia uma onda generalizada de elevação em produtos e serviços. Socorro Correa considera que o desempenho dos empregos nas MPEs do Amazonas é positivo, embora a perda de vigor inspire preocupações e a necessidade de reforço em políticas públicas.

“Não dá para imaginar o Brasil sem os pequenos negócios. Quando o setor público e as médias e frandes Empresas não geram empregos, as MPEs promovem a geração de renda, por meio da promoção de postos de trabalho. Na última pesquisa do Caged, referente a outubro de 2021, observamos isso, tanto no âmbito nacional, quanto no do Estado. É preciso fortalecer os pequenos negócios, em especial de serviços e do comércio, para continuarem contribuindo com criação de vagas e, assim, dinamizar a economia, por meio do consumo dos empregos e das próprias pequenas empresas”, finalizou.

Fonte: JCAM

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