CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Notícias

Emprego nas MPEs do Amazonas sustentam crescimento

  1. Principal
  2. Notícias

13/01/2023

Com mais contratações do que demissões, as micro e pequenas empresas amazonenses sustentaram a geração de empregos com carteira assinada no Estado pelo décimo mês consecutivo. As MPEs abriram 1.326 vagas, em novembro, respondendo por 62,87% do total. Mas, o ritmo das contratações desacelerou de forma significativa em relação a outubro de 2022 e novembro de 2021, marcando o segundo saldo mais baixo do ano. Perdeu apenas para o dado de janeiro (+1.214), ainda impactado pelo repique da pandemia, em decorrência do aparecimento da variante ômicron. O número também correspondeu a uma queda de 64,25% ante novembro de 2021 (+3.709).

A desaceleração foi puxada pelos serviços, que marcou seu primeiro saldo negativo, após este ter sido o motor das contratações das micro e pequenas empresas amazonenses durante dez meses seguidos. Em sintonia com as expectativas para as festas de fim de ano, a geração de postos de trabalho no Amazonas foi sustentada basicamente pelo comércio, que ofereceu 1.510 novas vagas, em um mês em que até a indústria de transformação desempregou.

O desaparecimento dos empregos nos serviços pode sinalizar o fim do bônus conferido pela retração nos números da pandemia. Mas, o Amazonas aparece descolado da média nacional nesse quesito, já que a atividade teve mais admissões do que desligamentos no restante do país. Como resultado, o Estado desabou no ranking brasileiro, em termos de contribuição proporcional das MPEs na geração de empregos. É o que revela o boletim mensal do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa), a partir dos dados do ‘Novo Caged’ (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Ritmo menor

Em novembro, as micro e pequenas empresas amazonenses foram responsáveis pela abertura de 8,63 postos de trabalho, a cada mil gerados, superando as médias do Brasil (6,62 p/mil) e da região Norte (7,47 p/mil). Mas, a desaceleração fez o Estado despencar do segundo para o 13º lugar do ranking nacional, que foi liderado por Roraima (20,89 p/mil), Pernambuco (13,10 p/mil) e Alagoas (13,02 p/mil). Em contraste, Mato Grosso (-1,6 p/mil), Rondônia (0,88 p/mil) e Piauí (2,78 p/mil) ocuparam as últimas posições. Em 11 meses, o Amazonas (184,97 p/mil) se segurou na terceira colocação, ficando atrás apenas de Roraima (213,29 p/mil) e Amapá (206,52 p/mil).

A redução no ritmo se refletiu também na fatia das MPEs na oferta de empregos, que vinha se mantendo acima dos 70%, até maio, a despeito das condições macroeconômicas desfavoráveis. A vantagem segue maior no acumulado do ano, com os empreendedores respondendo por 71,56% (+28.435) das novas vagas oferecidas no Amazonas (+39.733). O confronto com igual período de 2021 (+29.831), entretanto, mostrou recuo de 4,68% nas contratações. Embora minoritárias, as MGEs (médias e grandes empresas) foram na direção contrária e ampliaram a oferta em 2,88%, ao somar 10.458 ocupações.

A situação foi melhor no restante do país, onde as MPEs responderam por nada menos do que 93,5% de todas ocupações formais (+126.636). Ainda assim, este foi o segundo pior resultado do ano, logo após março (+108.891). No acumulado do ano, responderam por 73% da oferta (+1,80 milhão). “Os pequenos negócios são os maiores geradores de emprego do país. São as micro e pequenas empresas que fazem a economia girar e o Brasil crescer. São elas que ajudarão na reconstrução da economia do país”, afiançou o presidente do Sebrae nacional, Carlos Melles, em texto postado no site da Agência de Notícias Sebrae.

Comércio e agropecuária

Depois de favorecer segmentos econômicos presenciais, como turismo, eventos, alojamento e alimentação, o bônus do arrefecimento da pandemia pareceu ter chegado ao fim em novembro. Vindo de um período de dez meses consecutivos de alta, mas já oscilando a partir de agosto, o setor de serviços eliminou dez empregos formais em novembro, em sentido oposto ao registrado em outubro (+928). Em contraste, as MGEs conseguiram criar 305 postos de trabalho no mesmo mês.

Apenas dois setores fecharam no azul. O comércio (+1.510) assumiu a liderança, superando com folga o desempenho das empresas de maior porte (+583). Foi seguido de longe pela agropecuária (+22), que conseguiu entrar no campo positivo, a despeito dos recuos nas empresas de maior porte (-235). Na outra ponta, construção (-170), indústria de transformação (-25), SIUP/serviços industriais de utilidade pública (-8) e atividade extrativa mineral (-7) eliminaram empregos.

De janeiro a novembro, os serviços (+13.128) continuaram sendo os principais indutores das contratações. Na sequência vieram comércio (+8.151), indústria de transformação (+3.981), construção (+3.107), agropecuária (+73) e atividade extrativa mineral (+3). O único dado negativo veio dos SIUP (-8). As médias e grandes companhias criaram empregos apenas em serviços (+8.160) e indústria (+3.150) e comércio (+383).

Pela primeira vez no ano, o comércio também foi o grande gerador de empregos das micro e pequenas empresas em todo o país (+81.271). Os serviços (+53.727) ficaram em um distante segundo lugar, seguidos pela atividade extrativa (+728). Em contrapartida, indústria de transformação, agropecuária, construção civil e SIUP tiveram mais desligamentos do que admissões, tanto entre as MPEs, quanto nas médias e grandes empresas brasileiras.

Leis e juros

Para o coordenador de Acesso a Crédito pelo Sebrae-AM, Evanildo Pantoja, o predomínio de cortes nos empregos nos serviços pode ser explicado pelo diferencial do setor em relação aos demais. “A indústria produz para vender no futuro, e apenas trava a produção quando os estoques começam a aumentar. É parecido no comércio, que adquire mercadorias também pensando no longo prazo. Quando acontece uma retração de consumo, o impacto é mais imediato nos serviços, como ocorre em viagens, entretenimento, etc”, explicou.

O executivo avalia que o breque nas contratações foi motivado principalmente pelas incertezas empresariais diante das perspectivas de mudança nas políticas econômicas e no arcabouço da reforma Trabalhista aprovada em 2017, a partir da troca de governos em Brasília. Pantoja acrescenta que a “política de altas de juros” para frear a inflação sempre inibe a geração de empregos “em qualquer economia”, dado o seu poder de reduzir consumo e investimentos. Por isso, recomenda que o novo governo implemente políticas públicas que salvaguardem os pequenos negócios.

“Com o resultado das eleições, ficou incerto se vai haver mudança, dado o histórico dos governos petistas. Isso contribui para reduzir as contratações, que vinham crescentes. No curto prazo, enquanto não forem anunciadas medidas de estímulos, com corte nos juros e manutenção das leis trabalhistas atuais, além de ações de fortalecimento das microempresas, como manutenção do Pronampe com taxas menores, não teremos a retomada do crescimento das contratações, pois o consumo continua retraído”, finalizou.

Fonte: jcam

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House