Está difícil para o governo fechar as contas, difícil também para os trabalhadores. Na indústria, o desemprego continua subindo e a explicação está bem longe das fábricas.

A consumidora para, olha e vai embora. A compra, quando sai, só vem mesmo depois de muita caminhada. “Ver o melhor preço, ver as lojas que oferecem a melhor condição de pagamento", diz um consumidor.

Este comportamento mais cauteloso do consumidor afeta o desempenho do comércio. A queda nas vendas, também reflete em outro setor da economia: o da indústria. O emprego industrial no país recuou 4,6% no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. É o 14º trimestre consecutivo de queda.

Entre os setores que mais demitiram estão: calçados e couro, meios de transportes, produtos de metal e aparelhos eletroeletrônicos. No Pólo Industrial de Manaus, o carimbo das demissões não para. Só no setor de eletroeletrônicos mais de 8 mil funcionários perderam o emprego, entre janeiro e abril. Temildo engordou essa estatística. “A crise chegou em mim, vou ter que correr atrás de alguma coisa”, diz desempregado Temildo Ferreira.

A queda no consumo derruba também a produção nas fábricas. E aí quem paga a conta são os trabalhadores. “Reduz a demanda por produtos, reduzindo o número de empregos, ou seja, demissões. Mais demissões, menor o consumo e se cria um ciclo vicioso”, afirma Wilson Périco presidente do Centro das Indústrias do Amazonas.

Fonte: Bom dia Brasil