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Emprego com carteira assinada volta a crescer

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01/08/2019

Reportagem publicada pelo Jornal Acrítica

Depois de 20 tri mestres seguidos com queda ou estagnação, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado voltou a crescer, com a criação de 294 mil vagas, no segundo trimestre.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio - Contínua (Pnad Continua), divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra
que o aumento foi de 0,9% na comparação com o primeiro trimestre de 2019, chegando ao total de 33,2 milhões de pessoas.

As vagas criadas na indústria foram responsáveis por 49,7% desse total e 39% foram empregos gerados na área de educação. O setor público, estimado em 11,7 milhões de
pessoas, teve aumento de 2,6% no trimestre.

INFORMALIDADE

Já o número de pessoas que trabalham por conta própria bateu novo recorde. A Pnad Continua mostrou que são 24,1 milhões nessa situação, 1,6% a mais do que no trimestre anterior e 5% a mais do que no segundo trimestre do ano passado.

O número de empregados sem carteira assinada chegou ao número também recorde de 11,5 milhões de pessoas, com 3,4% a mais do que o primeiro trimestre e 5,2% a mais do que o segundo trimestre de 2018.

De acordo com o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, a
informalidade atinge 38,15% dos trabalhadores. "Quase 40% na informalidade é um número muito importante. É o trabalhador por conta própria sem CNPJ, trabalhador sem carteira assinada. Temos formas atípicas de trabalho surgindo no Brasil e no mundo, como motorista de aplicativo, que não tem carteira assinada nem CNPJ, a pessoa que vende quentinha na rua. É informal mesmo".

POPULAÇÃO OCUPADA

A população ocupada cresceu 2,6% na comparação anual. Segundo Azeredo, foi a maior variação da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Na comparação com o trimestre anterior, a variação foi de 1,6%. Dados da Pnad Continua, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostra que as vagas criadas na indústria foram responsáveis por 49,7% do total e 39% foram empregos gerados na área de educação.

Ele destaca que, apesar do total da população ocupada ter atingido 93,3 milhões de pessoas, o país está com um contingente de 28,4 milhões de pessoas subutilizadas.
"Falar em virada no mercado de trabalho com um quarto da população subutilizada e atingindo recorde na série é minimizar o problema que a gente tem no Brasil hoje.

Nós não temos só 12 ou 13 milhões de pessoas desocupadas. Nós temos 28 milhões de pessoas subutilizadas no Brasil, levando em consideração as pessoas que estão subocupadas por insuficiência de horas, que é recorde na série".

O IBGE calcula que o desalento atinge 4,87 milhões de pessoas, o que representa 4,4% do total da força de trabalho do país.

A população em idade de trabalhar, ou seja, 14 anos ou mais, foi estimado em 170,9 milhões de pessoas, um aumento de 1% na comparação anual. A força de trabalho, somadas as pessoas ocupadas e as desocupadas, atinge 106,1 milhões de pessoas.
Um total de 64,8 milhões de pessoas estão fora da força de trabalho, o que indica queda de 1% na variação anual.

Frase "Não temos só 12 ou 13 milhões de pessoas desocupadas.

Temos 28 milhões de pessoas subutilizadas" Cimar Azeredo Coord.

NÍVEL DE OCUPAÇÃO

O nível de ocupação no país, que representa o percentual de pessoas em idade de trabalhar e que estavam ocupadas na semana de referência, teve uma leve recuperação de 0,8 ponto percentual na comparação com o primeiro trimestre.

O índice atingiu a menor taxa no início de 2017, com 53,1%, e o maior índice de ocupação foi no fim de 2013, com 57,3%. Em termos de taxa de desocupação, houve ligeira melhora no trimestre, passando de 12,7% para 12%. Azeredo destaca que, se o mercado de
trabalho está se recuperando e deixando para trás os 13% de desempregados alcançados no segundo trimestre de 2017, o Brasil ainda está bem longe de alcançar a taxa de 6,2% do último trimestre de 2013.

SALÁRIOS

Quanto à massa salarial, que soma todos os rendimentos dos trabalhadores, o valor chegou a R$ 208,4 bilhões, um aumento de 2,4% na comparação com o segundo trimestre de 2018 e estabilidade em relação ao trimestre anterior. O rendimento médio ficou em R$ 2.290, 1,3% a menos na comparação trimestral e 0,2% a menos na variação anual. Segundo Azeredo, essa diminuição ocorre por causa da entrada de pessoas no mercado de trabalho pela informalidade e com rendimentos mais baixos.

Desemprego atinge 12,8 milhões

Crescimento em São Paulo e Minas A taxa de desemprego no Brasil caiu para 12% no trimestre encerrado em junho, atingindo 12,8 milhões de pessoas, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE. É a terceira queda na comparação com o mês anterior, e representa recuo também em relação ao primeiro trimestre do ano, quando ficou em 12,7%, e em relação ao mesmo período de 2018, quando a taxa foi de 12,4%.
Segundo o IBGE, o número total de desempregados (12,8 milhões) representa uma queda de 4,6% em relação ao primeiro tri mestre do ano.

Cimar Azeredo destacou, também, o aumento da carteira de trabalho assinada.
"Essa foi a primeira vez nos últimos cinco anos que ela subiu de forma expressiva na comparação trimestral". "Esse crescimento não se deu de forma espalhada pelo país, mas concentrado principalmente em São Paulo e, também, em Minas Gerais", adiantou.

Os dados regionalizados do mercado de trabalho serão divulgados pelo IBGE no dia 15 de agosto.

Azeredo ressaltou ser positivo que São Paulo se destaque na geração de empregos. "São Paulo funciona como efeito farol, indicando o que a gente vai ver lá na frente".

Questionado se os dados apontam para uma virada na crise do mercado de trabalho brasileiro, Azeredo se mostrou cauteloso, mas otimista. "Eu acredito que a gente deu um primeiro passo importante [para a recuperação].

Na comparação com o mês anterior, quando o número total de desempregados atingiu 12,984 milhões, também houve queda. A população ocupada cresceu, e atingiu 93,3 milhões de pessoas ­ alta de 1,6% frente ao trimestre anterior, e de 2,6% ante o mesmo período de 2018.

De acordo com o gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, a indústria foi a principal responsável pelo aumento na ocupação. Na comparação com março, aumentou em 2,7% o número de trabalhadores neste segmento. Em relação a junho do ano passado, a alta foi de 1%.
"Parte expressiva da carteira de trabalho assinada está na indústria, que é um dos setores mais organizado se com maior nível de formalização", destacou o pesquisador.

O gerente da pesquisa chamou de "inédito" o aumento de 2,6% da população ocupada na comparação com o primeiro trimestre. "É um movimento bastante expressivo. Para se ter ideia, o crescimento da população foi de apenas 1%. Este é um movimento inédito e mostra que o mercado de trabalho está com força na geração de postos de trabalho".

Depois de 5 anos, a carteira de trabalho volta a subir e eu destaco que ela, principalmente para a população de baixa renda, vira um passaporte para crédito, um documento de cidadania", enfatizou.

Ao ser perguntado o que falta para o mercado de trabalho efetivamente apresentar uma virada, com caminho consistente de recuperação, Azeredo afirmou que não basta o crescimento da população ocupada, mas a melhoria dos postos de trabalho em si. "Você tem ainda um contingente bastante expressivo de população subutilizada. São 28 milhões de pessoas, ou seja, um quarto da população da força de trabalho no Brasil está subutilizada", afirmou.

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