22/02/2017
Informalmente, mas armados até os dentes de informações sobre as vantagens irresistíveis, emissários do governo paraguaio estreitam contatos principalmente com empresas do setor eletroeletrônicos e de duas rodas. São setores que estão amargando seguidas perdas com as crises e que, apesar da renúncia fiscal da ZFM, recolhem mais contribuições para o governo do que outras plantas industriais do país.
Foram atraídos, certamente, pelos movimentos do governo estadual de revisão dos incentivos. O setor de fiscalização, sempre focado em aumentar a receita, se move a achar maneiras de ganhar um pouco mais. Talvez por isso, o governador José Melo tenha se apressado em assinar um decreto incluindo representantes do setor privado nas comissões.
A guerra do Paraguai
A guerra acabou. Já se passaram 150 anos do início da Guerra do Paraguai (1864-1870) e ainda há controvérsia entre historiadores sobre os motivos que levaram o ditador paraguaio Francisco Solano López a dar início ao maior conflito armado da América Latina.
O Paraguai lutou contra a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) e acabou derrotado. Até hoje o país não se recuperou plenamente das consequências da guerra.
Maquila sem tequila
Na semana passada, o noticiário global trouxe a atualização do número de empresas de capital brasileiro – são quase 160, há um ano eram 20 – que já desfrutam das vantagens que o Governo Paraguaio com a Lei de Maquila.
Os principais benefícios são tributários. O artigo 29 da Lei Paraguaia nº 1064/2000, as empresas estrangeiras instaladas no Paraguai sob contrato de Maquila estão sujeitas a um imposto único de apenas 1% sobre as mercadorias manufaturadas que deixam o país, enquanto as operações sob a Lei de Maquila estarão isentas de tributos nacionais, estaduais ou municipais.
Se vacilar, ZFM vai dançar
São apenas 384 horas para atender a sanha tributária enquanto no Brasil, gastam-se 2,6 mil horas de trabalho. E os encargos trabalhistas daquele país vizinho são substantivamente menores.
Enquanto isso, pela Ponte da Amizade, o contrabando de mercadorias é responsável por tirar cerca de R$ 100 bilhões do mercado formal brasileiro todos os anos, desconstruindo as indústrias que aqui ficam.
Estrela de brinquedos
Parece tudo uma brincadeira, de extremo mau-gosto, e por falar em brincar, fundada e m 1937, a Estrela, uma das mais tradicionais indústrias de brinquedos do Brasil, não resistiu aos custos e resolveu abrir fábricas no Paraguai.
O motivo, segundo o presidente da empresa, Carlos Tilkian, foi fugir dos impostos e das leis trabalhistas do Brasil, que, segundo ele, aumentam o custo de produção. A Estrela fugiu da ZFM por causa da infraestrutura precária, máfia portuária, apagão energético e banda larga cocô. O Brasil pôs o foco nos programas sociais e passou a punir quem oferece empregos à sociedade.
Fonte: Maskate