As fábricas do Polo Industrial de Manaus (PIM) cortaram em US$ 2,4 bilhões os investimentos produtivos realizados no primeiro semestre deste ano. Não apenas a crise, mas outros fatores ajudam a explicar esta redução.

Na primeira metade do ano, o aporte das fábricas somou US$ 8,4 bilhões, contra US$ 10,8 bilhões em igual período de 2014, uma queda de 22%, revelam dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

As fábricas de motos e bicicletas investiram 34,8% menos. Em 2015, o setor desembolsou US$ 1,5 bilhão, contra US$ 2,4 bilhões de 2014.

A crise econômica e política são parte da explicação para a queda, destaca o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus (Sinmen), Athaydes Mariano Félix.

"Nesse cenário, se pisa no freio mesmo. Isso é até natural. Tão logo as coisas melhorem, o empresário fica com mais positividade para investir novamente", afirmou.

O setor Eletroeletrônico, responsável pelas maiores cifras, investiu US$ 2,6 bilhões em 2015, quase 20% a menos que  nos seis primeiros meses de 2014 (US$ 3,3 bilhões). Também caíram o polo termoplástico (-15,9%) e o químico (-21,6%).

"A crise econômica e alta do dólar, o recuo do consumo, com as famílias endividadas. Toda essa crise está inibindo os empresários a fazerem investimentos no PIM. Mas outros fatores, como o descredenciamento da Suframa, também devem ser considerados", analisou o economista Francisco de Assis Mourão Júnior. O contingenciamento de verbas, a greve dos servidores e a indefinição das reuniões do Conselho de Administração da Suframa (CAS), que analisam novos projetos, contribuíram para a menor confiança da indústria.

Fonte: Portal D24am.com