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Em ano de Copa, nem venda de TV consegue segurar a retração de eletrodomésticos

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18/03/2015

Os piores resultados do varejo paulistano no ano passado vieram de atividades que comercializam bens duráveis. Embora o setor tenha encerrado 2014 com retração de 2,8% no faturamento real na comparação com 2013, segundo pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), chamou atenção a queda de 16,1% nas vendas de eletrodomésticos e eletrônicos, atrás apenas de concessionárias de veículos (16,3%).

O assessor econômico da Fecomércio-SP, Altamiro Carvalho, acredita que a queda ocorreu por uma antecipação das vendas em 2013, quando o governo intensificou as desonerações para bens duráveis. Naquele ano, houve um crescimento de 19,8% no faturamento.

"Em 2013, o setor passou por uma expansão muito forte, beneficiado pelos preços menores. Entretanto, o consumidor iniciou 2014 com a confiança em queda, resultado da inflação crescente e do aumento de juros. Isso fez que ele se reprimisse em relação a novos gastos que não os de curto prazo.

Segundo Carvalho, a retirada gradual dos estímulos ao longo do ano passado também atrapalhou. "Ainda mais porque não são produtos cíclicos: não precisam ser trocados a cada ano. E, infelizmente, não há nada que aponte para uma recuperação neste ano", diz.

Carvalho reconhece que a queda não deve ter a mesma intensidade de 2014, mas lembra que embora não tenha acabado ainda o primeiro trimestre, o cenário já está praticamente dado. "Para mudar essa tendência seria necessário reverter a confiança do consumidor a ponto dele se sentir seguro para comprometer a renda no médio prazo. E isso não deve acontecer tão prontamente".

Opinião semelhante tem o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco. "Alguns setores já apontam para desemprego e isso amplia a insegurança do consumidor, contaminando quem está empregado. isso leva a um círculo vicioso difícil de romper: desemprego gera menos demanda, que traz retração da atividade industrial, gerando ainda mais desemprego", diz Périco.

Para ele, a queda do faturamento do varejo paulistano não foi um caso isolado. "O faturamento da indústria de eletroeletrônicos na Zona Franca de Manaus também teve retração em 2014, puxada principalmente pela produção de televisores abaixo do esperado". Segundo Périco, o faturamento em dólar do Polo Industrial caiu em 4% em comparação a 2013. O setor de eletroeletrônicos teve queda de 2%, concentrado em televisores e informática.

Por outro lado, a produção de televisores teve expansão de 1,02%, para 14,993 milhões de unidades. "É pouco para um ano de Copa do Mundo. Mas considerando que a produção vem sendo ampliada desde 2010, veio dentro do esperado", completa o presidente da Eletros, Lourival Kiçula, que representa linha marrom, portáteis e linha branca. Em linha com queda nas vendas, Kiçula aponta que a produção de eletrodomésticos caius 3% no ano passado, puxada pelas quedas de 9% em lavadoras automáticas e de 4% em fogões. Apenas refrigeradores tiveram desempenho positivo (+1%).

Mas, mesmo com a queda de 14% na produção de televisores em janeiro deste ano em comparação a igual mês de 2014, Kiçula não faz coro às vozes que acreditam em retração. É muito cedo para achar esse resultado de janeiro será uma tendência para o ano. Para isso, precisamos esperar ao menos até abril. Mas a sensação é que será sim um ano difícil, com desempenho menor do que em 2014, mas não dá pra projetar um cenário com apenas um mês de análise", afirma.

Fonte: Brasil Econômico

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