“O ano só começa depois do carnaval”. A frase comumente usada no nosso país, não se aplica as indústrias do Amazonas em 2014. Com problemas que se arrastam desde o ano passado e a greve no principal órgão do polo industrial, a situação das indústrias do PIM seguem indefinidas mesmo após o período de festas.

O setor de eletroeletrônicos é responsável pela maioria dos empregos do polo e que grande expectativa de crescimento no primeiro semestre em virtude do mundial. No entanto O presidente do Sinaees (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus), Celso Piacentini, reconhece que apesar do crescimento do setor no inicio do ano, após o mundial deve haver uma grande queda na produção, em virtude dos problemas econômicos, políticos e estruturais por que passa o modelo
 
“A produção cresceu em virtude do mundial e deve se manter até maio. São mais três meses, depois o efeito será o contrário. As vendas estão grandes, mas quem ta comprando agora, não vai comprar no segundo semestre, quando normalmente há um crescimento. A indústria vai sentir e devemos ter perdas  em vários aspectos, faturamento, produção, empregos”, alerta. 

Para o empresário as indefinições acontecem em virtude da greve não podem ser ignoradas. “A greve impacta. Não tem jeito de não impactar. O que pode gerar problemas agora que é o momento mais positivo para os eletroeletrônicos”. Celso também questiona os problemas que a greve podem causar na reunião CAS (Conselho Administrativo da Suframa), marcada para o dia 13 de março. “Nos vamos ter reunião do CAS em março? Nós não sabemos se terá ou não. Vai impactar projetos e se não for resolvida logo, impactara no dia a dia, sem duvida nenhuma.”. Segundo a assessoria da superintendência a reunião esta confirmada “até segunda ordem”.
    
Quanto aos empregos, o empresário afirma que deverá ocorrer dispensar após o mundial. “A gente trabalha com planejamento, mas a Copa é algo excepcional. É difícil mensurar como será o comportamento depois. O crescimento da fabricação começou com a sazonalidade do Natal. Depois já ocorrem algumas dispensas, que não ocorreram esse ano. Mas irá acontecer depois da Copa”, explica.
   
O presidente do Sinmen (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus), Athaydes Mariano Felix, ressalta que o ano não apresentou nada de positivo para as indústrias e que há expectativa é lutar para manter os patamares do ano passado. “A expectativa é manter o mesmo do ano anterior. Vamos ter que lutar para isso. Não há recuperação da economia, não há um novo planejamento, nada. O Duas Rodas permanece abaixo das perspectivas. E não nada positivo a ressaltar”, afirma.

Crescimento nas vendas não empolga Duas Rodas

Os dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) revelam que houve um crescimento de 10,88% no emplacamento de motos nesse primeiro bimestre do ano, com 253.177 contra 229.339 de igual período do ano passado. Se levarmos em consideração apenas fevereiro o crescimento foi de 17,28%, com 119.514 emplacamentos.

No entanto os números não empolgam o setor. “O que vemos é que a produção vem lutando para se manter em patamares mínimos. Esse crescimento é um sinal positivo, mas é reserva de estoque, estoque encalhado. No que tange a produção das indústrias não vimos melhora nenhuma não e nem temos grandes perspectivas”, destacou Athaydes Felix.

Fonte: JCAM