22/10/2014
Os dados, presentes no levantamento realizado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), foram concluídos após as entidades entrevistarem 623 empresários e gestores de empresas dos segmentos de serviços e de comércio em 27 capitais brasileiras.
A pesquisa ainda apurou que as empresas devem contratar 219 mil temporários para este fim de ano, frente à expectativa de 233 mil, registrada em 2013.
O número de empresários que esperam um “sinal positivo para contratar”, por sua vez, aumentou de 20% para 28%.
Na opinião da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a elevação do percentual mostra que o empresariado está cauteloso para investir em mão de obra temporária a fim de evitar prejuízos.
“O cenário de compasso de espera se dá por conta dos fracos indicadores econômicos. Temos observado sucessivas pioras no desempenho do comércio e da indústria, com reflexos significativos no emprego e na confiança de consumidores e empresários”.
Já para o coordenador do curso de economia da UFABC (Universidade Federal do ABC), Ramon Fernandez, a variação é estável e é preciso ter cautela com os índices.
“Expectativas são interessantes para mostrar o clima [do mercado], mas é preciso checar se elas se cumprem depois. Há um clima meio pessimista em relação às eleições e do empresariado em relação à [candidata à reeleição] Dilma Rousseff. [No caso do mercado financeiro], a Bolsa sobe quando Dilma cai nas pesquisas”.
Remuneração
Segundo levantamento, a expectativa é de que a remuneração média dos funcionários temporários neste ano seja de R$ 935,54. O valor representa uma queda de 28% na comparação com o salário esperado para 2013, quando 33% dos empresários diziam que a remuneração ficaria na faixa entre R$ 1.448 e R$ 2.172.
Do total de contratações, 35% devem conter pagamento de comissão por vendas. Dois terços (60%) dos novos funcionários devem ser remunerados somente por meio dos salários e, em alguns casos, também com benefícios como o vale-refeição e vale-transporte.
Duas em cada dez (19%) contratações temporárias devem ser informais, ou seja, sem carteira assinada e a maioria das admissões deve ocorrer nos meses de outubro (37%) e novembro (38%).
Mercado
De acordo com a pesquisa, a maioria (81%) das admissões temporárias deve ser feita para cobrir o aumento de compras no fim de ano. Outros 10% dos empresários consultados ainda querem melhorar a sua competição no mercado e 8% pretendem antecipar-se à rotatividade dos funcionários.
Entre os empresários que não pretendem contratar nenhum trabalhador (47%), um terço (33%) quer aumentar a carga horária de seus atuais funcionários para suprir a demanda do período.
Já as funções mais procuradas pelas empresas são as de vendedor e balconista (46%), caixa (28%), garçom (24%), estoquista e repositor (15%), auxiliar de limpeza (10%) e ajudante de cozinha (6%).
As características pessoais e as habilidades profissionais dos empregados mais requisitadas pelos comerciantes e prestadores de serviços são ser dinâmico (53%), comprometido (37%), trabalhar em equipe (26%) e ser comunicativo (25%).
As mulheres têm maior preferência do que os homens na hora de serem contratadas, o que é confirmado por 44% dos entrevistados.
Ainda 60% dos empresários buscam profissionais com até 34 anos de idade. Para 89% dos recrutadores, ter o ensino médio completo ou incompleto é o suficiente para se ocupar a vaga de emprego temporário.
Compras
De acordo com o levantamento, o percentual de pessimistas em relação às vendas caiu de 12% em 2013 para 6% em 2014.
Entretanto, o número de empresários que acreditam em vendas superiores às registradas no ano passado caiu de 55% para 46%. O percentual de expectativa estável entre os empresários subiu de 28% para 42%.
Fonte: JCAM