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Efeitos da recessão ainda presentes

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18/05/2017

Reportagem publicada no Jornal do Commercio

O setor de transporte de cargas rodoviário amazonense amargou queda de 35% no movimento de produtos fornecidos ao mercado nacional no período de novembro de 2016 a abril deste ano, em relação a igual período do ano anterior. Segundo a Fetramaz (Federação das Empresas de Logística, Transportes e Agenciamento de Cargas da Amazônia), atualmente aproximadamente 1,5 mil carretas estão paradas na capital e aguardam o abastecimento por produtos acabados do PIM (Polo Industrial de Manaus) para o envio às regiões Sul e Sudeste do país. A redução no fornecimento é justificada pela menor produção industrial.

De acordo com o secretário do Setcam (Sindicato das Empresas de Agenciamento, Logística e Transportes Aéreos e Rodoviários de Cargas do Estado do Amazonas), Raimundo Augusto Araújo, o Estado de São Paulo já sente falta de carretas para fornecer produtos, veículos que estão parados nos pátios das empresas na capital amazonense, no aguardo de cargas provenientes das fábricas do Distrito Industrial. Ele informa que em casos extremos algumas carretas retornam ao cliente vazias, ou ainda, para cumprir os prazos estabelecidos em contratos, o cliente, fornecedor de outro Estado, chega a alugar uma carreta para transportar os produtos.

Araújo explica que as transportadoras dependem da produção do PIM, que abastece o mercado nacional, e que em meio ao cenário de baixa demanda industrial o setor fica sem alternativas para lutar contra o 'efeito crise'. O secretário lembra que no mês anterior até o dia 10 deste mês houve um aquecimento no movimento decorrente da demanda para o dia das mães. Mas nesta semana o setor voltou a estagnar.

"A quebra de movimento e a falta de cargas para envio às regiões Sul e Sudeste nos preocupa. Não há previsão para abastecimento porque dependemos do PIM. Até o último dia 10 tivemos um leve aumento no movimento de cargas, mas há uma semana voltamos a estagnar", disse.

O vice-presidente da Fieam (Federação da Indústria do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo, informa que as indústrias estão em fase de negociação com os transportadores com o intuito de chegar a um melhor custo a ambos os segmentos, de forma que as carretas saiam de Manaus abastecidas por produtos. Ele relatou que há esperanças de melhores resultados para a economia ainda neste ano.

Conforme Azevedo, a sazonalidade também afeta diretamente a produção. Segundo ele, o dia das mães é considerado como a segunda melhor data para o comércio e consequentemente para a indústria, logo, ele frisa que é normal retornar ao nível produtivo após o período da demanda. O empresário explica que janeiro e fevereiro são meses de baixa demanda, com leve aquecimento em maio. Mas, Azevedo afirma que os saques do FGTS inativo contribuíram fortemente para o aumento no consumo no período.

"No Brasil vivemos de sazonalidade. Nos primeiros meses do ano temos baixa produção devido o retorno das férias coletivas, o feriado do Carnaval e menores vendas no comércio. Em maio geralmente temos um aquecimento e neste ano tivemos a particularidade do saque dos valores referentes ao FGTS inativo, saldos que são injetados na economia local e nacional. Acredito que teremos um segundo semestre com melhores resultados", destacou.

Segundo o vice-presidente do Sinaees (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus), Celso Piacentini, as indústrias são totalmente dependentes das datas comemorativas. Isso porque os produtos fabricados no PIM, na maior parte, são itens de consumo e estão ligados à sazonalidade. Ele explica que historicamente os indicadores de desempenho do PIM mostram que anualmente no período de setembro a novembro há maior volume de produção e também de contratação, tudo decorrente da demanda do comércio.

Piacentini ressalta que o leve aquecimento produtivo no último mês é natural para o período e que a menor produção atual não corresponde a uma queda produtiva, mas sim à normalização das atividades para o período.

"O que houve foi um aumento natural da demanda sazonal e agora, a produção voltou ao normal ao nível que estava anteriormente. Não houve queda. Os produtos mais demandados geralmente são os smartphones, os celulares, os produtos eletroeletrônicos, os relógios, entre outros. Esperamos que no próximo semestre os resultados melhorem. Chegamos 'ao fundo do poço' e agora não há mais como cair. Precisamos levantar, mas para isso será necessário a reativação da demanda e dentro disso o que demora mais é a recuperação do emprego que é impulsionada pela demanda", expressou Piacentini.

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