16/12/2014
Com isso, projetamos a retomada da produção da indústria e do investimento na segunda metade do ano", diz o documento.
Na avaliação da CNI, o aumento dos juros e os efeitos do ajuste fiscal frearão o consumo e os investimentos. A expectativa é que o consumo das famílias cresça apenas 0,7% em 2015, metade do previsto para 2014. Depois da queda estimada em 6,7% neste ano, os investimentos ficarão estagnados.
O estudo também projeta a queda do valor das exportações, por causa da redução dos preços internacionais, sobretudo das commodities. "A tendência é que a queda nos preços supere o aumento do volume exportado e, com isso, as exportações recuem 2% em 2015, para US$ 219,5 bilhões. As importações somarão US$ 212 bilhões, valor 7% inferior ao de 2014. Com isso, o saldo comercial será positivo em US$ 7,5 bilhões.
JUROS E CÂMBIO
O estudo assinala que o foco da política econômica no próximo ano será a recuperação dos fundamentos e da estabilidade. A estimativa é que o governo alcance a meta de superávit primário de 1,2%, por meio do controle de gastos e da recomposição das receitas com o fim de algumas desonerações tributárias. Com isso, o déficit nominal deve cair de 5,4% para 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB). A dívida líquida será equivalente a 37,6% do PIB.
Os juros continuarão em alta e fecharão 2015 na casa dos 12,50% ao ano, acima dos 11,75% de 2014. A inflação ficará em 6,2%, quase no limite superior da meta, mas abaixo dos 6,4% estimados para 2014. Além disso, a CNI avalia que a tendência de desvalorização do real em relação ao dólar se manterá no próximo ano. A cotação do dólar em dezembro de 2015 será de R$ 2,70, com média de R$ 2,60 no ano.
ESTRATÉGIA DE CRESCIMENTO
Segundo o estudo, depois do desempenho frustrante da economia em 2014, o Brasil tem dois desafios para enfrentar: restaurar os fundamentos macroeconômicos e aumentar a competitividade. "Não há escolha entre esses dois objetivos. Ambos são cruciais para a retomada do crescimento sustentado", recomenda a CNI.
O restabelecimento dos fundamentos econômicos depende de um ajuste fiscal que permita a geração de superávits consistentes e o controle da dívida pública. É preciso quebrar as estimativas inflacionárias e atingir as metas de inflação, reequilibrar as contas externas e recuperar a competitividade dos produtos brasileiros.
Além disso, a CNI destaca que o aumento da competitividade depende da recuperação da confiança dos agentes econômicos, do aumento da taxa de investimento, da redução dos custos de produção e da criação de um ambiente mais favorável aos negócios, com regulação de qualidade e segurança jurídica. Passa, ainda, pela retomada da reforma tributária, com a simplificação dos impostos, a desburocratização, a criação de mecanismos de financiamento de longo prazo, a modernização das relações de trabalho e a redução dos custos dos investimentos.
Fonte: Portal da Indústria (CNI)