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É urgente valorizar a pesquisa

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27/05/2019

Editorial publicado pelo Jornal Acrítica

O Amazonas tem todas as condições para liderar o mercado brasileiro de economia verde. Temos matéria-prima abundante, pesquisadores engajados, criatividade e um diferencial de peso: o apelo da marca Amazônia. Uma pequena demonstração desse potencial foi visto na semana que passou no evento Green Rio, uma das maiores feiras de economia sustentável do País. Pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) apresentaram produtos como painéis feitos com fibra de açaí, uma opção ao MDF, material muito usado na indústria de móveis; “madeira plástica” feita a partir de caroços de tucumã; e biopróteses fabricadas com madeiras amazônicas.

As aplicações mercadológicas para esses produtos são óbvias. Não é preciso fazer estudos de mercado para saber que as próteses de madeira, por exemplo, são ótima alternativa em relação às peças de carbono que dominam esse mercado atualmente. O valor proibitivo dos itens de carbono – que chega a R$ 10 mil - é uma barreira para milhares de pessoas que precisam desses produtos para melhorar a qualidade de vida. No entanto, os protótipos dos pesquisadores só vão sair dos laboratórios da UEA e se transformar em itens comerciais se houver incentivo para aprimoramento das pesquisas, e interesse de investidores para levá-los ao mercado.

E aí começa a grande dificuldade para a inovação, não apenas na Amazônia, mas em todo o País: ainda não foi desenvolvido um elo eficiente entre instituições de pesquisa e mercado. Uma gama formidável de potenciais produtos desenvolvidos a partir de matéria-prima regional é criada por pesquisadores locais sem nunca chegar à produção em série. Basta lembrar a massa para restauração dentária produzida com óleos naturais anos atrás na Universidade Federal do Amazonas (Ufam); o material é mais resistente que as resinas usadas pelos dentistas atualmente, e seria mais barata. Também na Ufam,foram desenvolvidas coberturas asfálticas em formulações menos permeáveis e mais adequadas ao solo e ao clima da região. São inovações que permanecem restritas ao ambiente acadêmico, apesar das revoluções que elas têm potencial para provocar.

O País precisa de uma política séria de inovação, reconhecendo e valorizando pesquisas de ponta, investindo pesado nas instituições acadêmicas e promovendo a ponte com o mercado. Infelizmente, isso é algo que nunca houve no Brasil e vem piorando nos últimos anos.

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