11/04/2023

Eis um bom momento para o governo do Amazonas, o empresariado e as representações da sociedade civil decidam conversar sobre o presente e o futuro da Zona Franca de Manaus, principal agência de desenvolvimento do Estado e com vinculações diretas nas economias de outros estados da Amazônia Ocidental.

Há ambiente favorável para posicionamento estratégico das representações locais e das próprias instituições incluindo as de ensino e pesquisa na reestruturação da proposta de operacionalização e modernização do Polo Industrial de Manaus (PIM). Por muito tempo, como se fosse característica, a maior parcela dos segmentos representativos da ZFM atuou em tempo lento, aguardando, calando-se enquanto novos contornos eram adotados para o modelo fragilizando-o. Também internamente não houve cuidado de reaproximar a ZFM da população e da cultura amazonense e amazônica, é possível afirmar que um dos indicadores dessa atuação foi o de afastamento.

O Amazonas, principalmente, necessita de um PIM ativo, bem articulado e sintonizado com mudanças que ocorrem nessa área em escala global. Necessita, em igual medida, garantir a eficiência da agência e segurança para que tantos os trabalhadores diretos e indiretos, as famílias desses trabalhadores e a própria sociedade tenham estabilidade, o que está longe após anos seguidos de produção da insegurança à ZFM e à população amazonense que diante de qualquer instabilidade no setor é a primeira a ser atingida e prejudicada seriamente.

Quando se coloca a existência de ambiente favorável é função dos indicadores de que a gestão da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) pode contar com interlocutores tanto no legislativo quando em outras áreas tais como a econômica, a da indústria, ciência e tecnologia. Superar problemas que estão sendo enraizados, criar um ambiente positivo e de ampliação do diálogo é fundamental para que o órgão de impulsionamento do desenvolvimento nesta parte do Brasil esteja presente nos debates e deliberações do governo federal e dos governos nos níveis estadual e municipal. O tema ZFM pede inclusão nas conversas locais, que a sociedade conheça e tome posse dele ajudando no enfrentamento dos desafios e nos esclarecimentos que devem ser feitos. A ZFM deve ser tratada com maior transparência e posicionar-se cuidadosamente nos seus laços com as comunidades amazônicas, mostrar como está presente e de que forma. Para isso, a determinação política e a inteligência estratégica são o caminho.

Fonte: Acrítica