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Duas rodas mantém 12 mil empregos no PIM

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13/07/2017

Reportagem publicada no Jornal do Commercio

Mesmo com a queda de 8,8%, o que representa a produção de 423.750 motocicletas nos primeiros seis meses do ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram fabricadas 464.732, o setor de duas rodas manteve um total de 12 mil empregos no PIM (Polo Industrial de Manaus) no primeiro semestre de 2017. Os dados são da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).

De acordo com o presidente da Associação, Marcos Fermanian, houve sim um movimento de redução de emprego no setor em anos anteriores e, em função disso, o encolhimento na produção. "O segmento mantém um quadro de 12 mil empregos e não há nenhuma expectativa de queda este ano. O que pode haver é um movimento natural de troca de posições, mesmo assim, acredito que já foram feitos todos os ajustes em função do volume de produção que tivemos em 2016. Se cumprirmos o planejado, em 2017 não teremos queda de produção, venda e nem desemprego, e sim, números similares aos de 2016. E se isso se concretizar, cresceremos novamente em 2018 ", disse.

A expectativa do presidente para o crescimento de ofertas de vagas de emprego, quanto para a produção e a venda de motocicletas para o segundo semestre reside no pagamento do 13º salário e a chegada do verão que ajudarão a fechar o ano com resultados um pouco mais satisfatórios. Outro fator que pode alavancar as vendas, são as novidades do Salão de Duas Rodas organizado pela Abraciclo. O Salão acontecerá em novembro em São Paulo. "Neste evento as pessoas poderão conhecer novos modelos, cores, grafismos que serão apresentadas pelas empresas. E este evento poderá apontar um movimento positivo no segmento de duas rodas", salienta Fermanian.

Projeções

Os dados da Abraciclo apontam que, apesar do cenário em queda, a entidade mantém as projeções de estabilidade informadas no início do ano: 910 mil motocicletas produzidas no acumulado de janeiro a dezembro, o que representará alta de 2,5% com relação as 887.653 unidades de 2016. "Muito embora não tenha um agente novo atuando em nosso seguimento, percebemos um crescimento em todas as empresas que estão no segmento de motocicletas, financiando aos consumidores. Então, nos leva a crer que, somado ao estoque baixo, a procura do consumidor, o crescimento do financiamento, a gente vai caminhar para o segundo semestre do ano muito mais favorável do que o ano passado", afirma Fermanian.

Demanda

Já para o diretor-executivo da Abraciclo, José Eduardo Gonçalves, a produção acompanha aquilo que é retratado pelo varejo, ou seja, se existe uma demanda para a venda evidentemente a produção crescerá. "O que entendemos é que existe uma vontade por parte do motociclista consumidor em comprar, porém isso não é realizado em função das dificuldades de se obter financiamento. Mas o primeiro sinal foi dado, o financiamento começou a melhorar este ano. Então, a tendência é que o segundo semestre seja melhor em relação a resultados comerciais", afirma Gonçalves.

Os financiamentos bancários e os parcelamentos no cartão de crédito dos valores das motocicletas tomaram uma fatia significativa do mercado de consórcios destes veículos. Hoje, as vendas financiadas pelos bancos e parcelamentos no cartão de crédito respondem por 38% de todas as vendas. Os consórcios, estão com 30%.

Exportação

E sobre as exportações de motocicletas apresentarem alta de 4,1% no acumulado, representada principalmente pela Argentina, Gonçalves afirma que o país é o principal mercado de motocicleta do Brasil. "A qualidade da motocicleta produzida aqui no PIM tem chamado a atenção desse mercado vizinho. Temos que lembrar que o que é produzido de motocicleta em Manaus é algo muito avançado. O nível de controle da redução de poluentes, por exemplo, é equivalente ao do europeu e está superior ao produto asiático, que alcança alguns dos nossos vizinhos da América do Sul", salienta o diretor.

Segundo a pesquisa, de janeiro a junho foram embarcadas para outros países 32.417 motocicletas, 1.283 a mais do que no primeiro semestre de 2016 (31.134). Já o desempenho mensal teve leve aumento de 0,1%: 7.650 em junho deste ano e 7.657 no mesmo mês de 2016. Na comparação com maio houve crescimento expressivo de 117,4% (3.519).

Moto Honda

Uma das maiores fabricante de motocicletas no Brasil, a Moto Honda detém hoje 80% do mercado. Segundo o diretor de Relações Públicas da Moto Honda, Sérgio Bessa, os resultados revelados pela Abraciclo no primeiro semestre de 2017, refletiram bem o mercado da empresa hoje. "Nós sofremos nesses primeiros meses do ano, mas já houve uma recuperação nesse final de semestre. Agora, a perspectiva para o segundo semestre é tornar o setor mais forte, em que recuperaremos os números de todo o ano para nos aproximar ou igualar aos de 2016", ressalta. Hoje, a Moto Honda conta com 5.500 funcionários e o desemprego foi estabilizado, segundo o diretor. "Estamos estáveis em empregabilidade e produção. E por conta do cenário político e econômico, devemos manter o quadro que temos hoje, sem demissão e com a produção em crescimento. Porém, contratação só para 2018", comenta.

Região Norte

A região Norte do país registrou 8.647 unidades emplacadas em junho deste ano, o que representa queda de 15,9% sobre as 10.283 motocicletas licenciadas no mesmo mês de 2016. Já na comparação com maio o recuo foi de 2,2% (8.846).

Quando analisado o desempenho apenas do Amazonas, a redução é 2,2% em junho com 1.179 emplacamentos contra 1.231 em junho do ano passado. Na verificação com maio a retração também foi de 2,2% (1.206). Em Manaus também teve redução no volume de emplacamentos no período: 769 unidades em junho, queda de 4,5% com relação ao mesmo mês de 2016 (805). Na verificação com maio a redução foi de 3,8%(799).

Montagem

O levantamento da entidade mostra também que em junho saíram das linhas de montagem 50.259 unidades, recuo de 38,5% com relação ao mesmo mês do ano passado (81.762). Na verificação com maio a redução foi de 35,3% (77.730).

Venda

As vendas para o atacado (concessionárias) tiveram desempenho parecido com o de produção no primeiro semestre, com a comercialização de 402.315 motos, retração de 11% ante as 452.189 registradas em igual período do ano passado. Quando analisados os números de junho (57.294), a redução é de 25,9% sobre o mesmo mês de 2016 (77.368). Já na comparação com maio a queda foi de 15,6% (67.859).

Emplacamentos

Com base nos licenciamentos registrados pelo Renavam, as vendas para o varejo totalizaram 427.198 unidades no semestre, queda de 9% ante o mesmo período de 2016 (469.581). Já na comparação mensal, a redução foi de 2,2%, com 71.734 em junho deste ano e 73.343 em junho de 2016. Com relação a maio, o recuo foi de 9,8% (79.533). A média diária de vendas de junho foi de 3.416 motos, 5,5% menor na comparação com a média de 3.615 de maio. Contudo, foi 2,5% superior à registrada no mesmo mês de 2016 (3.334).

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