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Dólar impacta custo da indústria

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10/03/2020

Fonte: Jornal do Commercio

Marco Dassori

Os s preços da indústria nacional desaceleraram para 0,32%, na passagem de dezembro (+0,65%) para janeiro, com 18 das 24 atividades apresentando variações positivas de preços. O acumulado de 12 meses também perdeu força e foi de 6,33% –contra os 5,19% do levantamento anterior. Os dados foram extraídos do IPP (Índice de Preços ao Produtor), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Há dúvidas sobre a evolução do indicador –que mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes –nos próximos meses.

A escalada do dólar é um fator negativo na composição decustos da indústria nacional e a paralisação que começa a se espraiar pelo setor –em face da pressão do Covid 19 sobre o fornecimento de insumos – também ameaça bater à porta com preços mais caros nos próximos meses.

As quatro maiores variações observadas na virada do ano se deram entre os segmentos de indústrias extrativas (+5,52%), metalurgia (+3,11%), borracha e plástico (+2,01%) e alimentos (-2,01%). No acumulado de 12 meses, os destaques vieram das indústrias extrativas (+29,71%), refino de petróleo e produtos de álcool (+19,81%), outros equipamentos de transporte (+10,07%) e farmacêutica (+9,84%).

Metalurgia e dólar Vale destacar que a metalurgia apresentou alta de 3,11% na comparação de janeiro de 2020 com dezembro de 2019, a maior variação desde setembro de 2018, trazendo o acumulado em 12 meses para 3,12%. O resultado do mês foi obtido graças, principalmente, aos produtos do setor siderúrgico, o qual apresentou (+3,76%). O segmento é vital para um dos carros chefes do PIM, o polo de duas rodas.

Vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) presidente do SIMMMEM (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus), Nelson Azevedo destacou ao Jornal do Commercio que, além de comprometer os custos fabris do setor, o panorama dólar em alta sempre acende a luz amarela da inflação na indús - tria, em um mês que já se mostra menos promissor. “É algo que preocupa, principalmente com esse problema do coronavírus e do fornecimento dos insumos.

Temos conversado, feito consultas periódicas aos associados e as empresas estão se planejando para isso. A dúvida é como será a situação em abril. Vamos ver como a coisa evolui, mas ainda estamos otimistas”, amenizou.

Alimentos e petróleo

De acordo com o gerente do IPP, Manuel Campos Souza Neto, o resultado de janeiro é o menor dos últimos seis meses. “O motivo foi a redução nos preços da indústria de alimentos (-2,01%), principalmente nos produtos derivados das carnes bovinas, suínas e aves, que nos meses anteriores pressionaram a inflação da indústria, por conta da crescente demanda da China. Essa de manda arrefeceu”, assinalou, em texto veiculado pela Agência IBGE.

Em contrapartida, os preços da indústria extrativa subiram 5,52%, puxados pelo minério de ferro. Foi a maior alta entre as 18 atividades cujos preços cresceram em janeiro. “Nos últimos 12 meses, os preços dos produtos derivados de petróleo variaram 19,81%. Na indústria de alimentos a variação foi de 9,01%, e na atividade extrativa, 29,71%, gerando a média acumulada de 6,33%”, acrescentou Manuel Campos.

Já economista e vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Manaus, Pedro Monteiro, disse ao Jornal do Commercio que a escalada do dólar, associada à evolução dos preços internacionais de commodities importantes para a manufatura ajudaram a estrangular os ganhos do segmento em um mercado mais pulverizado e com demanda comparativamente tímida em relação a outras praças brasileiras.

“Apesar da queda do petróleo registrada hoje, sentimos bastante o efeito das altas dos meses anteriores, que impactaram muito no custo das embalagens plásticas. Ao mesmo tempo, o aumento da concorrência externa traz dificuldades para as empresas repassarem essa diferença ao consumidor. Ainda não sentimos efeitos em decorrência do coronavírus, mas a sinalização de uma desaceleração econômica, com perspectivas de menos investimentos e vendas, assusta”, encerrou.

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