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Dólar fecha em R$ 4,15 com incertezas políticas e pressão externa

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04/09/2018

Notícia publicada pelo site Valor Econômico

A escalada do dólar se intensificou na etapa final da sessão desta segunda-feira, em meio à busca por proteção contra as incertezas políticas e os ventos contrários no exterior. No mercado à vista, a divisa americana fechou em alta de 1,93%, aos R$ 4,1505, bem perto da máxima do dia, de R$ 4,1515 (+1,95%).

E num sinal de que a pressão continua, o dólar futuro - que tem fechamento só às 18h - estendia o avanço. Por volta das 17h30, o contrato para outubro tinha elevação de 2,37%, a R$ 4,1600, logo depois de tocar R$ 4,1665 no pico do dia.

Domesticamente, a rodada de cautela desta segunda-feira é explicada pela decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de não impedir a participação do ex-presidente Lula na campanha eleitoral do PT, apesar de sua candidatura ter sido rejeitada pela corte. O risco, na avaliação de profissionais de mercado, é que aumento o poder de transferência de votos de Lula para Fernando Haddad, seu possível sucessor na chapa.

No fim do dia, Haddad afirmou que o PT irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para tentar derrubar a decisão do TSE sobre a inscrição de Lula na corrida presidencial. O ex-presidente foi barrado da disputa por causa da Lei da Ficha Limpa. Ele foi condenado em segunda instância no caso do apartamento tríplex do Guarujá.

As incertezas eleitoras deixam os ativos daqui mais vulneráveis, mesmo que, em termos de fundamentos, o real brasileiro deveria ter um comportamento mais resiliente. Na sessão desta segunda, a moeda brasileira teve o segundo pior desempenho global, melhor apenas que o peso argentino.

As preocupações dos investidores com a condução da política econômica na Turquia e na Argentina desenham o pano de fundo negativo para os ativos de risco, em geral. Os países enfrentam inflação elevada, contas externas fragilizadas e dificuldades de ajuste nas contas públicas. Se não bastasse os problemas em si, há grande desconfiança sobre a capacidade desses governos implementarem as medidas necessárias.

Por aqui, no pior momento do dia, o avanço do dólar foi o mais intenso desde a última quinta-feira, quando o Banco Central retomou as ofertas líquidas de swap cambial. Desta vez, os especialistas se mostram divididos sobre uma nova intervenção do Banco Central. Isso porque o dia é atípico. Os mercados americanos estão fechados, diminuindo a liquidez do sistema. Sendo assim, as operações de compra ou venda têm efeito maior sobre os preços dos ativos.

Os especialistas também minimizam a urgência do início de um programa de oferta diária de swap ao mercado. "O mercado externo tem piorado e o BC teria de entrar apenas se o cenário interno estivesse diametralmente inverso. Como não estamos nessa situação, acho que o BC tem que monitorar, mas não se comprometer com programa", diz o estrategista-chefe da Coinvalores, Paulo Nepomuceno.

Para o estrategista-chefe do banco Mizuho, Luciano Rostagno, seria prematuro o BC lançar programa de intervenção agora. "Foi adequada a intervenção passada e, no curto prazo, a mesma estratégia deve ser mantida: prover liquidez apenas quando o mercado precisar e houver sinais de disfuncionalidade", diz. "Hoje é um dia atípico, por causa dos mercados americanos, enquanto a questão argentina continua pesando", acrescenta.

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