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Dilma reafirma compromisso com meta fiscal

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22/11/2013

Em entrevista ontem ao site "Brasil 247", a presidente Dilma Rousseff reafirmou o compromisso com a meta fiscal, neste e no próximo ano. E para cumprir a meta, Dilma aposta no "pacto pela responsabilidade fiscal", firmado com as lideranças partidárias da base aliada na reunião do conselho político, na terça-feira. Pelo acordo, os aliados não ajudarão a aprovar projetos que elevem os gastos públicos. "Nada de apresentar projetos que desequilibrem as contas públicas no ano que vem. Comigo não tem essa história de gastança porque é ano eleitoral", afirmou.

A presidente também se mostrou otimista com os leilões dos aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro, e de Confins, em Belo Horizonte, que ocorrem hoje, e rechaçou a afirmação de que seu governo não tem interlocução com o empresariado. "Diálogo aqui nunca faltou", sustentou.

"Eu assumo aqui um compromisso: a meta fiscal será cumprida não só neste ano, mas também em 2014", disse a presidente. Ela admitiu que o resultado do mês de setembro "foi um ponto fora da curva", porque houve despesas extraordinárias, ligadas ao pagamento de abonos salariais. Em relação a outubro, ela ressaltou que "teve a maior arrecadação fiscal da história".

Em setembro, o setor público, incluindo Estados e municípios, registrou um déficit de R$ 9,04 bilhões, o pior resultado desse mês desde 2001. O governo justificou o mau desempenho invocando as tais "despesas extraordinárias". Para 2014, o governo registrou na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) o menor superávit primário da era petista, de R$ 58,1 bilhões, ou 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), já desobrigado de cobrir a eventual frustração fiscal dos Estados e municípios.

Sobre o leilão, Dilma mostrou-se satisfeita com os consórcios. "Conseguimos algo que sempre buscamos: as maiores concessionárias de aeroportos do mundo, que irão transferir tecnologia, conhecimento e gestão nesse setor", afirmou.

Na segunda-feira, cinco consórcios entregaram propostas para o leilão dos dois terminais. Pelo menos três grupos fizeram ofertas pelos dois empreendimentos, livrando o governo do constrangimento de eventual ausência de interessados em Confins.

Dilma chamou de "fogo inimigo" os rumores de indisposição com o empresariado. "Diálogo aqui nunca faltou e nunca faltará". Mas ela ressaltou que "nem o Estado pode querer subordinar o empresário, nem o empresário pode querer subordinar o Estado", disse a presidente.

Apesar de descartar a insatisfação do setor privado, ela afirmou que existe um "jogo de pressões" do segmento diante da proximidade do leilão de aeroportos. "Antes dos leilões, é sempre assim mesmo. É um jogo de pressões", afirmou. Ela relatou que existe, quase sempre, deságio em relação às tarifas, e uma taxa de retorno menor. "No caso dos aeroportos que já foram leiloados, os concessionários pagaram valores altos, assumiram grandes compromissos de investimento e não me consta que estejam perdendo dinheiro", alfinetou.

A presidente afirmou que a marca de seu governo será a educação. Disse que o ensino médio é um "problema" a enfrentar e defendeu um "salto qualitativo na educação".

Por fim, Dilma invocou o cargo para não comentar a prisão dos petistas condenados no mensalão. "Sou a presidente de todos os brasileiros. Não posso nem devo me mover um milímetro na direção de algo que possa criar uma crise institucional", alegou.

Fonte: Valor Econômico

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