22/11/2013
A presidente também se mostrou otimista com os leilões dos aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro, e de Confins, em Belo Horizonte, que ocorrem hoje, e rechaçou a afirmação de que seu governo não tem interlocução com o empresariado. "Diálogo aqui nunca faltou", sustentou.
"Eu assumo aqui um compromisso: a meta fiscal será cumprida não só neste ano, mas também em 2014", disse a presidente. Ela admitiu que o resultado do mês de setembro "foi um ponto fora da curva", porque houve despesas extraordinárias, ligadas ao pagamento de abonos salariais. Em relação a outubro, ela ressaltou que "teve a maior arrecadação fiscal da história".
Em setembro, o setor público, incluindo Estados e municípios, registrou um déficit de R$ 9,04 bilhões, o pior resultado desse mês desde 2001. O governo justificou o mau desempenho invocando as tais "despesas extraordinárias". Para 2014, o governo registrou na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) o menor superávit primário da era petista, de R$ 58,1 bilhões, ou 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), já desobrigado de cobrir a eventual frustração fiscal dos Estados e municípios.
Sobre o leilão, Dilma mostrou-se satisfeita com os consórcios. "Conseguimos algo que sempre buscamos: as maiores concessionárias de aeroportos do mundo, que irão transferir tecnologia, conhecimento e gestão nesse setor", afirmou.
Na segunda-feira, cinco consórcios entregaram propostas para o leilão dos dois terminais. Pelo menos três grupos fizeram ofertas pelos dois empreendimentos, livrando o governo do constrangimento de eventual ausência de interessados em Confins.
Dilma chamou de "fogo inimigo" os rumores de indisposição com o empresariado. "Diálogo aqui nunca faltou e nunca faltará". Mas ela ressaltou que "nem o Estado pode querer subordinar o empresário, nem o empresário pode querer subordinar o Estado", disse a presidente.
Apesar de descartar a insatisfação do setor privado, ela afirmou que existe um "jogo de pressões" do segmento diante da proximidade do leilão de aeroportos. "Antes dos leilões, é sempre assim mesmo. É um jogo de pressões", afirmou. Ela relatou que existe, quase sempre, deságio em relação às tarifas, e uma taxa de retorno menor. "No caso dos aeroportos que já foram leiloados, os concessionários pagaram valores altos, assumiram grandes compromissos de investimento e não me consta que estejam perdendo dinheiro", alfinetou.
A presidente afirmou que a marca de seu governo será a educação. Disse que o ensino médio é um "problema" a enfrentar e defendeu um "salto qualitativo na educação".
Por fim, Dilma invocou o cargo para não comentar a prisão dos petistas condenados no mensalão. "Sou a presidente de todos os brasileiros. Não posso nem devo me mover um milímetro na direção de algo que possa criar uma crise institucional", alegou.
Fonte: Valor Econômico