06/06/2024
- Com apoio do CIEAM, encontro contou com parlamentares e lideranças empresariais da Amazônia
- Entre os debates, os rumos da Amazônia com a Reforma Tributária, infraestrutura logística e as rotas de integração sul-americanas
Conscientizar o Brasil sobre a importância da Amazônia, o avanço das favelas na região e a impossibilidade real de reflorestamento foram alguns dos assuntos da abertura da segunda edição presencial do projeto ‘Diálogos Amazônicos’.
Promovido pela Fundação Getulio Vargas, por meio da Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP), nesta quinta-feira (06/06), em Brasília, o evento contou com o apoio do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) e a participação de parlamentares, executivos de grandes empresas e especialistas.
Ao abrir o evento, a empresária Régia Moreira, coordenadora da Comissão CIEAM de ESG, conselheira da entidade e diretora da Impram, destacou a Zona Franca de Manaus (ZFM) como um modelo reconhecido mundialmente. Assim como o maior acerto da política fiscal para desenvolvimento integrado e defendeu o fortalecimento de políticas públicas na região, ouvindo os apelos dos ribeirinhos e povos originários, além de adotar uma governança eficaz e uma fiscalização rigorosa.
“Nossas empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) respondem por generosa contribuição aos cofres públicos. Ainda assim, nosso beiradão ostenta deploráveis indicadores de desenvolvimento humano. Por isso insistimos que o Brasil precisa abraçar e conhecer a nossa Amazônia”, afirmou Régia Moreira.
Também, convidado da mesa de abertura, o deputado federal Dorinaldo Malafaia (PDT-AP) disse ser imperativo e urgente envolver o máximo possível de brasileiros no que ele chamou de “consciência amazônica”, já que um “estado de negação da realidade” ameaça debates sérios como o das emergências climáticas.
“As enchentes no Rio Grande do Sul e a estiagem no Norte não são questões isoladas. É muito importante enfrentarmos uma corrente ideológica que se expressa, inclusive, na política, com o compartilhamento de fake news ambientais”, disse.
Favelização do Norte
O parlamentar chamou atenção, ainda, para o avanço da favelização no Norte do Brasil, o que aprofunda a desigualdade econômica e social, além de estimular a violência. “A Amazônia pode se tornar uma grande favela”, afirmou Dorinaldo Malafaia, que integra a Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados.
“Precisamos refletir também sobre o chamado ponto de não retorno – ou seja, em que limite está a saturação onde não é mais possível o reflorestamento. Isso precisa estar na nossa conta enquanto empresários e segmento econômico. Temos que ser aliados da Amazônia”, acrescentou.
A abertura da conferência teve ainda presença do professor Edson Kondo, diretor da Escola de Políticas Públicas e Governo da FGV EPPG.
Protagonismo amazônida
Idealizador do projeto ‘Diálogos Amazônicos’, o professor Márcio Holland, da FGV EESP, afirmou aos presentes que a iniciativa tem como propósito debater a Amazônia assegurando o protagonismo de quem nela vive.
A série começou no período da pandemia, por meio de reuniões remotas. Delas já fizeram parte, segundo Holland, mais de 70 convidados, entre ministros de Estado e do Supremo Tribunal Federal (STF), assim como secretários estaduais, especialistas, empresários e professores.
Fonte: Comunicação CIEAM
ascom@cieam.org.br