CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Notícias

Desonestidade ou incompetência - ou ambas?

  1. Principal
  2. Notícias

19/07/2018

Por José Seráfico

Por desonestidade ou incompetência ­ quem sabe, ambas -, muitos profissionais da comunicação acabam por desinformar seus leitores, ouvintes ou telespectadores.

Já nem menciono outras formas de disseminar mensagens, de que as chamadas fakesnews são o produto mais notável.

Blogueiros, youtubers ou seja lá como se chamem os tais influencers, deveriam cumprir obrigações geralmente exigidas dos colegas que utilizam as frequências de rádio, as páginas impressas ou as redes de televisão. Exigidas, mas raramente cumpridas. Não obstante auto arrogarem-se o título de formadores de opinião.

Pretender desses profissionais a imparcialidade na apresentação dos temas e problemas pelos quais se interessam, equivaleria atribuir ao de ser humano uma qualidade que ele, por natureza e experiência, não tem como ostentar. Nesse caso, a pretensa igualdade acabaria por tirar deles a condição da própria humanidade. Mesmo a igualdade pretendida pelo mais humanitário dos indivíduos não se estende além da oportunidade e do direito de realizarem-se todos, como seres humanos que são.

Essa a igualdade reclamada pelos que percebem o Brasil como ele se revela ao olhar mais superficial e ingênuo. Riquíssimo, nem por isso o País assegura aos seus habitantes a

oportunidade de ascender ­ social, econômica, culturalmente. Ao contrário, todos e tudo laboram contra esse propósito. Os próprios meios de comunicação mostram a extrema desigualdade que nos perturba, e que nos coloca na liderança das nações onde os desníveis sociais são mais flagrantes.

Mesmo na denúncia da corrupção apontada como contribuindo para negar a todos os direitos humanos (saúde, alimentação, educação, segurança etc.), o hábito é dirigir o dedo acusador para os políticos e para os poderes que integram o Estado. Em geral, são poupados os beneficiários do

processo de enriquecimento de uns poucos, à custa do sacrifício de todos os demais.

É como se uns nada tivessem a ver com os outros. Os incensadores incondicionais da Lava Jato pensam assim.

Daí decorre a exemplificação mais evidente da sabedoria de Jean Paul Sartre, ao mostrar

que o diabo sempre é o outro. O exemplo mais atual é dado pela jornalista Eliane Cantanhede, geralmente ácida em seus comentários, não raro dando eco às críticas e propostas das elites.

Ainda terça-feira, a comentarista da Globo News afirma lesiva aos cofres públicos e ao equilíbrio das

contas nacionais ­ mantra dos que enriqueceram e enriquecem à sombra do Estado nacional ­ a "concessão" de incentivos à indústria da Zona Franca de Manaus. Até se admite que a jornalista antipatize com a ZFM. Em si mesma, seria uma posição baseada em alguma razão, no máximo apenas

discutível. Revelase em suas palavras, porém, ou o apego a interesses que ela não deixa transparentes, ou o desprezo pelas particularidades dos temas e problemas tratados.

A "concessão" a que alude a colunista é, na verdade, a manutenção da alíquota já reduzida de um favor constitucional que tem a idade da chamada Constituição cidadã.

Vê-se, assim, que as fakes news não são privilégio nem apanágio dos media eletrônicos. Elas estão embutidas em mensagens que utilizam outros meios, sendo igual sua função: a de confundir o destinatário, levando-o a juízos e conceitos injustos.

Enquanto isso, ganham sempre mais os que sempre mais ganharam.

Dos terceiros beneficiários, ninguém sabe. E todos se dizem hostis à desigualdade!...

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House