17/09/2018
Notícia publicada pelo Em Tempo Online
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil
subiu 0,001 ponto em 2017 na comparação com
2016 chegando a 0,759 numa escala que varia de 0 a 1 -
quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento
humano.
De acordo com o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud), um incremento de 0,14% na
renda média per capita do brasileiro garantiu que o país
continuasse avançando, mesmo timidamente, no
desenvolvimento humano em 2017, apesar de as
desigualdades no acesso da população à saúde, educação e
perspectivas econômicas ainda persistirem.
O novo índice manteve o Brasil na 79ª posição no ranking
que inclui 189 países. Na América Latina, o país ocupa o
5º lugar, perdendo para Chile, Argentina, Uruguai e Venezuela. O IDH brasileiro está acima da média regional
da América Latina e Caribe, de 0,758.
IDH com ajustes
Quando o órgão inclui na conta um ajuste com relação a
desigualdades de renda, saúde e educação, o IDH
brasileiro despenca para 0,578.
O Brasil tem o 9º pior coeficiente de Gini – que mede
exclusivamente a renda – na comparação mundial. Entre
os países da América do Sul, o Brasil é o terceiro mais
afetado por esse ajuste da desigualdade, ficando atrás do
Paraguai e da Bolívia.
Na relação com dados colhidos desde 1990, o país
registrou um crescimento de 0,81% da taxa anual do IDH,
com acréscimo de mais de 10 anos na expectativa de vida,
que passou a ser de 75,7 anos, e de 3,2 anos na expectativa
de tempo de escolaridade de crianças a partir do ingresso
nas escolas em idade regular. A média de estudos de
adultos com 25 anos ou mais passou de 3,8% para 7,8% e
a renda dos brasileiros neste mesmo período cresceu
28,6%.
Mundo
Noruega (0,953), Suíça (0,944), Austrália (0,939), Irlanda
(0,938) e Alemanha (0,936) lideram o ranking com os
melhores resultados. Os cinco últimos países no ranking
são: Burundi (0,417), Chade (0,404), Sudão do Sul
(0,388), República Centro-Africana (0,367) e Níger
(0,354).
A Irlanda registrou um dos maiores crescimentos ao
subir 13 posições de 2012 para 2017. Violência, conflitos
armados e crises internas fizeram com que países como
Síria, Líbia, Iêmen e Venezuela registrassem as maiores
quedas do índice, respectivamente, 27, 26, 20 e 16
posições.
Considerando a realidade de 1990, o IDH global
aumentou 21,7% e o número de países classificados como
de “muito alto desenvolvimento humano” aumentou de 12
para 59 e os de “baixo desenvolvimento humano” caiu de
62 para 38 neste período.
A expectativa de vida das pessoas, ao nascer, passou de
65,4 anos em 1990 para 72,2 anos em 2017 e mais de 130
países conseguiram universalizar as matrículas de
crianças no ensino primário. Entretanto, assim como no
Brasil, os avanços são ameaçados pelas desigualdades
entre países ou até internamente. Mundialmente, a
diferença na distribuição de renda chega a 22,6%,
enquanto as desigualdades nos ganhos em educação são
de 22% e em saúde, 15,2%.
O aumento da expectativa de vida para toda a população também não pode ser confundida, segundo o Pnud, com qualidade de vida. Em média, as pessoas em todo o mundo têm 87% da sua vida com saúde relativamente boa, segundo a estatística, mas, “muitas enfrentarão desafios de saúde nos últimos anos de vida”, destacou o programa apontando a realidade dos países de baixo IDH.