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Desemprego no Amazonas tem nova alta em agosto

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24/09/2020

Fonte: Jornal do Commercio

Marco Dassori

A gradual recuperação de vendas registrada no terceiro mês de reabertura das lojas de Manaus veio acompanhada por alta no desemprego do Amazonas. A taxa de desocupação chegou a 17,9% e atingiu 286 mil amazonenses, em agosto. O índice superou julho (17% e 265 mil), junho (15,1% e 235 mil) e maio (12% e 179 mil) – quando comércio e serviços não essenciais ainda estavam de portas fechadas e 90% do PIM estava parado. Em paralelo, a taxa de informalidade sofreu repique e saltou de 50,4% (652 mil) para 50,8% (668 mil).

Pelo menos 75 mil amazonenses estavam afastados do trabalho em virtude das medidas de distanciamento social e 44 mil deixaram de receber remuneração na semana da pesquisa. A fatia de trabalhadores atuando em home office caiu de 5,5% para 5,2% e chegou a 62 mil. Em contrapartida, o percentual de domicílios no Amazonas que receberam auxílio emergencial diminuiu de 62,6% para 61,9%. Os dados estão na Pnad Covid19, divulgada pelo IBGE, nesta quarta (23).

Entre os mais de 4 milhões dos residentes no Estado, 2,99 milhões estavam aptos a trabalhar – tinham 14 anos ou mais. Os amazonenses na força de trabalho eram 1,6 milhão, sendo que 1,31 milhão estavam ocupados e 286 mil, desocupados. Com isso, o Amazonas registrou a terceira maior taxa de desocupação do país, só perdendo para o Maranhão (18,1%) e para a Bahia (18,1%). “Ainda há tendência de aumento do número de pessoas desocupadas no Estado. Entre maio e agosto, houve acréscimo de 107 mil pessoas”, assinalou o IBGE-AM, no texto de divulgação da pesquisa.

O total de amazonenses fora da força de trabalho caiu de 1,43 milhão (julho) para 1,39 milhão (agosto). Já a fatia dos trabalhadores que, embora não tenham procurado emprego, admitem que gostariam de trabalhar (2,28 milhões) subiu em relação a julho (2,27 milhões), igualando junho e superando maio (2,245 milhões). Em sintonia com a flexibilização econômica, o número de pessoas que deixou de buscar emprego em virtude da pandemia ou da falta de oferta vem caindo desde maio, quando chegou a 560 mil. Passou de 496 mil para 484 mil entre junho e julho, para chegar a 446 mil em agosto.

Atividades e informalidade

Das 1,31 milhão de pessoas ocupadas no Amazonas em agosto, 36% (474 mil) trabalhavam por conta própria – um aumento em relação a julho (35,8% e 463 mil). Em torno de 319 mil (24,3%) atuavam no setor privado com carteira assinada e 147 mil (11,4%) eram militares e servidores estatutários. O número de trabalhadores domésticos (46 mil) voltou a subir pelo quarto mês seguido, mas a maioria esmagadora não era celetista (42 mil). Em agosto, 116 mil estavam ocupados no setor privado sem carteira assinada e 104 mil atuavam como trabalhador familiar auxiliar.

Pelo menos 668 mil dos trabalhadores do Amazonas (50,8%) estavam na informalidade em agosto, número que superou maio (641 mil e 49%) e julho (652 mil e 50,4%), embora tenha sido inferior ao contingente registrado em junho (681 mil e 51,5%). Isso não impediu o Estado de ficar acima da média nacional, que também avançou entre julho (33,6%) e agosto (33,9%), atingindo 27,9 milhões de trabalhadores em todo o país. O Amazonas só perdeu para Maranhão e Pará (ambos empatados com 52,3%). Em contraste, Santa Catarina (27,7%) e Distrito Federal (27,8%) tiveram as menores taxas do país.

As atividades de administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais ainda reúnem a maior quantidade de trabalhadores no Amazonas (269 mil). Na sequência estão agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (197 mil), comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (191 mil) e indústria geral (124 mil) –106 mil na indústria de transformação e 18 mil na extrativa. Houve alta na manufatura (122 mil) e no comércio (180 mil) em relação ao mês anterior, mas os setores público (260 mil) e rural (207 mil) andaram para trás.

Em torno de 116 mil amazonenses permaneciam afastados do trabalho em agosto, número inferior ao de julho (182 mil), junho (271 mil) e maio (367 mil). Para 75 mil, o motivo foi o distanciamento social. Pelo menos 44 mil deixaram de contar com remuneração no período, enquanto os 72 mil restantes continuaram recebendo ou já não eram remunerados. Entre os não afastados, 62 mil (5,2%) trabalhavam de forma remota – um decréscimo significativo desde maio (87 mil e 9,3%). Quanto ao recebimento do auxílio emergencial, 61,9% dos domicílios do Amazonas receberam o benefício no mês passado, de R$ 955, em média.

“Pressão no mercado”

Em sua análise para o Jornal do Commercio, o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, destaca que a alta na taxa de desocupação se mantém no Amazonas como resultado de uma pressão da população sobre o mercado de trabalho local, em virtude das flexibilizações nas políticas de isolamento na atividade econômica. E, segundo o pesquisador, as perspectivas em relação à informalidade seguem sombrias.

“As pessoas estão voltando a buscar postos de trabalho e os que estavam afastados voltaram em grande volume a seus empregos. Não é uma boa notícia, mas o Amazonas perdeu a posição de maior taxa de desocupação do país, pois Bahia e Maranhão já o superaram. O auxílio emergencial do governo federal praticamente não teve alteração, mas continua muito alto. Já a informalidade local não deve ter solução de curto prazo, pois a economia precisa aquecer e começar a absorver mão de obra. E, ao mesmo tempo promover negócios para os que estão informais”, concluiu.

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