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Descontinuidade administrativa

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29/03/2022

O comprometimento com o bem público tem que ser o principal norteador da decisão. Tem-se que ter a comprovação de que existem possibilidades reais de que o novo plano, projeto e ação terão condições de êxito e apresentem resultados melhores, senão estaremos regredindo nas condições de melhoria da população. Em última análise, o objetivo principal de políticas públicas é o bem-estar do povo. É o que queremos no Amazonas.

Por Antônio Silva
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O Brasil tem muitos problemas de continuidade e descontinuidade administrativa. Um governo dá início a um planejamento que tem determinados objetivos, mas, quando um novo dirigente assume, descontinua o que vinha sendo executado e dá início a um novo planejamento com objetivos diversos. Isso ocorre praticamente em todos os níveis – federal, estadual e municipal. Há casos até em atividades privadas.

Desprezam-se possíveis qualidades ou méritos dessas ações descontinuadas, desanimando equipes envolvidas, aumentando tensões e animosidades entre técnicos estáveis e gestores que chegam e saem ao sabor das eleições.

Esta é uma das características da gestão pública brasileira, a cada mudança de governo, e a cada troca de dirigentes, vem o dilema das práticas e contradições entre continuidade e descontinuidade administrativa.

Por conseguinte, se preenche um sem número de cargos de confiança disponíveis dentro das organizações públicas. Essa característica afeta a sustentabilidade de um projeto liderado ou realizado em conjunto com o Estado e o enfoque maior se dá na questão da descontinuidade, em decorrência da troca de políticas e gestores em níveis de direção.

Essa descontinuidade se manifesta na interrupção de ações, obras e projetos, como também na reversão de metas, mudanças radicais de prioridades e engavetamento de planos, sempre em função de um viés político. As rupturas, tidas como indesejáveis resultam, muitas vezes, em perda de conhecimentos, reversão de avanços e desperdícios de investimentos públicos.

Estamos acostumados a vivenciar essas práticas a cada governo que assume, entretanto, apesar de tudo isso, deve-se evitar a ideia de que a continuidade é algo bom e a descontinuidade é algo ruim. A continuidade por si só não garante a diminuição dos erros, ocorrências indesejáveis e prejudiciais, também pode levar a acomodações e até paralisações.

Então estamos diante de um impasse: o que é melhor? Acho que o melhor é usar bom senso. Não devemos descartar algo que está dando certo, que atinge seus objetivos ou a maior parte deles apenas porque não foi criado ou planejado por aquele grupo político. É preciso verificar se merece um replanejamento, uma avaliação de resultados, uma mudança de objetivos.

Deve-se estudar a questão e utilizar a razão para tomar a decisão mais acertada. Caso se chegue à conclusão de que o plano, o projeto ou a ação, deva ser descartado, desprezando-se tudo o que foi realizado, qual a opção mais viável para substituí-lo? Não vamos trocar seis por meia dúzia, não vamos trocar o certo pelo duvidoso.

O comprometimento com o bem público tem que ser o principal norteador da decisão. Tem-se que ter a comprovação de que existem possibilidades reais de que o novo plano, projeto e ação terão condições de êxito e apresentem resultados melhores, senão estaremos regredindo nas condições de melhoria da população. Em última análise, o objetivo principal de políticas públicas é o bem-estar do povo. É o que queremos no Amazonas.

Antônio Silva presidente da FIEAM e vice presidente da CNI

Fonte: Brasil Amazônia Agora

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