10/04/2015
A conclusão faz parte de um estudo idealizado pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), com a parceria da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). O valor calculado é mais que o dobro do orçamento do Amazonas estimado para 2015 em R$ 15,6 bilhões.
Os resultados do "Projeto de Identificação dos Microeixos de Transporte de Cargas dos Estados do Amazonas, Amapá e Pará" – estudo aprofundado dos macroeixos realizado pelo Programa Norte Competitivo – que o EM TEMPO teve acesso foram apresentados nesta quinta (9), na sede da Sudam, em Belém (PA).
O estudo sugere nove projetos de infraestrutura rodoviária para o Amazonas, além de projetos portuários, aeroportuários e hidroviários.
Segundo o superintendente da Sudam, Djalma Mello, a logística de transporte na Amazônia é um dos grandes gargalos a se resolver para que se reduza o desconhecimento da oferta de produtos regionais.
"O objetivo do estudo é melhorar a logística rodoviária, hidroviária, portuária e aeroportuária da região. Com a apresentação dos resultados hoje (ontem) nós fechamos esse estudo", comentou.
O estudo mapeou o total de 53 projetos logísticos para o desenvolvimento da infraestrutura de transporte no Amazonas. A maioria está relacionada ao modal rodoviário, que compreende 36 projetos.
Os investimentos necessários para os projetos representam aproximadamente 56% da necessidade total de investimentos propostos para o Estado.
A respeito dos demais modais, o estudo identificou dois projetos ferroviários, dois dutoviários, cinco hidroviários, quatro aeroportuários e quatro portuários. Juntos eles representam 44% dos investimentos estimados, cerca de R$ 15,1 bilhões, valor que para a Sudam é relativamente pequeno diante da dimensão territorial do Estado.
O estudo identificou que 37 deles fazem parte de planos de governo ou privados e necessitam da realização dos estudos técnicos, ambientais e econômicos que permitam iniciar os seus respectivos processos de implantação.
Apenas oito, que representam 4,6% do investimento, encontram-se em andamento ou com os estudos técnicos e ambientais elaborados que permitem a sua execução em curto espaço de tempo.
Rodovias do Estado
Sem detalhar o status de cada projeto, o estudo identificou aqueles voltados para as dez principais rodovias no Estado, entre elas as federais BR-174, BR-230, BR-317 e BR-319, e as estaduais AM-010, AM-070, AM-240, AM-254, AM-352 e AM-363.
Juntas, elas totalizam 4.748 quilômetros de estradas com aproximadamente 73% do percurso em condições ruins ou péssimas de tráfego para a movimentação de cargas e passageiros.
Além dos projetos de infraestrutura, o estudo mapeou um total de dezesseis cadeias produtivas estratégicas no Amazonas. São elas: areia, argila, banana, bebidas, borracha, bovinos, calcário, cana de açúcar, duas rodas, eletroeletrônicos, ferro e aço, madeira, mandioca, petróleo e derivados, químicos industriais e rochas e cascalhos.
O "Projeto de Identificação dos Microeixos de Transporte de Cargas dos Estados do Amapá, Amazonas e Pará" mostra que, com grandes dimensões territoriais, o Amazonas é bastante carente de infraestrutura de transporte adequada, tanto para movimentações de carga e passageiros quanto para a integração do território.
Para o assessor econômico da presidência da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Gilmar Freitas, esse estudo da Sudam mostra justamente a forma de como viabilizar esses modais de transporte para ajudar e agilizar o escoamento da produção do Estado.
Ele destacou também a importância de um estudo desse porte para impulsionar a economia do Estado e da Região.
"A indústria precisa de vias de transportes e tudo que vier para facilitar o escoamento dos produtos, além de implementar o comércio interestadual é de nosso interesse", informou.
Projetos prioritários
Segundo a Sudam foram identificados 24 projetos prioritários para investimentos em infraestrutura de transporte no Amazonas. O total de 15 pertencentes aos macroeixos estratégicos e estruturantes prioritários do Estado e outros nove referentes aos microeixos alimentadores e integradores.
Os projetos demandam um investimento total de R$ 9,1 bilhões e encontram-se concentrados principalmente nos modais rodoviário, portuário e aeroportuário, que juntos representam 21 dos 24 projetos e 98,2% da demanda total por investimentos.
O modal rodoviário no Amazonas conta com 13 projetos e um valor total de investimento residual de aproximadamente R$ 6,2 bilhões (projetos prioritários de rodovias das BRs). Com relação aos demais modais, existem ainda três projetos prioritários no modal hidroviário que representam 1,8% dos investimentos necessários.
O estudo ressalta que desses 24 projetos prioritários, apenas dois deles estão em andamento, o que se faz necessário a fiscalização e cobrança por parte de órgãos públicos e da iniciativa privada para garantir a conclusão da sua implantação.
Outros seis projetos apresentam estudos técnicos, ambientais e econômicos elaborados, de modo que deve ser exercida pressão sobre os órgãos responsáveis para a liberação dos editais e licitação das obras. Esses dois grupos possuem maior potencial para implantação no curto prazo e representam 25,0% do total de investimentos.
Fonte: Amazonas Em Tempo