Deputados estaduais lamentaram, ontem, a aprovação da proposta de emenda Constitucional (PEC) nº 123, a PEC da Música. Temendo a perda de empresas no PIM (Polo Industrial de Manaus) e, consequentemente, de empregos na ZFM (Zona Franca de Manaus), o deputado estadual Chico Preto (PSD), em discurso no plenário, cobrou da presidente Dilma Rousseff uma defesa efetiva do modelo.

Na opinião do deputado, os interesses da ZFM foram “atropelados” ontem, com a aprovação da PEC. “Os empresários não são os maiores prejudicados, mas os 10 mil trabalhadores que estão diante desta situação, pois o segmento de áudio e vídeo tem agora a sua sentença de morte. Apesar de achar louvável a decisão do governador Omar Aziz de recorrer ao Supremo Tribunal Federal, devo reconhecer que há chances de a iniciativa não dar certo”, declarou, acrescentando que, diante dos grandes centros, o Amazonas perde em termos de competitividade, pois as empresas devem se mudar para o Sul e Sudeste do país.

Segundo o deputado, a presidente ainda não demonstrou, na prática, o apoio verbalizado à Zona Franca e aos municípios da região metropolitana em visitas ao Amazonas. De acordo com Chico Preto, o modelo da ZFM trouxe comodismo, em termos de economia. “Por não falarmos no assunto, fomos pegos de surpresa. Se não houver articulação, trabalho político junto às bancadas federais, não haverá compromisso com a Zona Franca”, constatou.

O deputado estadual José Ricardo (PT) aparteou Chico Preto, afirmando que é papel de cada deputado da Aleam cobrar a defesa da ZFM. “Eu e o deputado federal Praciano, por exemplo, suscitamos um debate sobre a Zona Franca e imagino que os outros deputados devam fazer o mesmo”, declarou.

O deputado Luiz Castro (PPS) lamentou a perda das vantagens da Zona Franca, mas criticou a falta de vontade política para conduzir um projeto alternativo de desenvolvimento.

Ele ressaltou que, hoje, o Amazonas só conta com a Zona Franca. “Temos um modelo que vem lá do governo militar, o Boi de Parintins e o gás de Urucu”, avaliou o parlamentar.