23/05/2014
O senador Eduardo Braga (PMDB/AM) informou, via assessoria, que na proposta que foi apresentada pelo governo – e que ainda está sendo estudada pela bancada dos outros Estados –foi incluída a prorrogação em 10 anos para ALCs de Rondônia, Roraima e Amapá na MP 634, que está pronta para ser votada pelo plenário da Câmara e, em seguida, vai para o Senado.
A proposta, no entanto, desagradou à bancada do Norte. De acordo com o presidente da Comissão Especial que analisa a matéria, o deputado Édio Lopes (PMDB/RR), os Estados do Norte pleiteiam a prorrogação das Áreas de Livre Comércio em “um prazo idêntico ao da Zona Franca de Manaus”. Na opinião do deputado, a proposta amazonense “atropelou” as negociações que vinham sendo mantidas entre os Estados do Norte e o governo federal. De acordo com o parlamentar, ele encabeçou um movimento que colheu assinaturas de praticamente toda a bancada do norte (incluindo o próprio senador Eduardo Braga, segundo ele) que foram levadas ao presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-PI) na última terça-feira (20), durante a reunião do colégio de líderes, onde foi firmado um acordo que suprimiu do texto, na sessão plenária de quarta-feira (21) a prorrogação das ALCs por 10 anos.
“Nós estávamos negociando com o governo para que tenhamos um prazo idêntico ao da Zona Franca de Manaus. Não há argumentos lógicos em se prorrogar a ZFM por 50 anos e prorrogar as ALCs em um tempo menor. Enquanto estávamos nessa negociação, o senador Eduardo Braga atravessou numa MP 634 que estava tramitando e ali ele conseguiu colocar uma proposta prorrogando as ALCs em 10 anos, sem falar conosco de novo. Nós não aceitamos”, enfatizou o roraimense.
Ainda segundo Édio Lopes, os Estados do Norte pretendem incluir, já na semana que vem, dentro da Proposta da Lei de Informática a prorrogação também das Áreas de Livre Comércio, mas pelo prazo ainda precisa ser discutido com o governo.
“Vamos na semana que vem ao deputado João Maia, que está relatando uma proposta da prorrogação da Lei de Informática e a orientação do presidente Henrique é que coloquemos a nossa proposta dentro dessa Lei (de Informática). Mais não há uma coisa definida com o governo quanto ao prazo. Isso vai ser discutido com o governo na semana que vem
Questionado se o novo impasse poderia mais uma vez adiar a votação do segundo turno da PEC da Prorrogação da ZFM, que foi prometida pelo próprio presidente da Casa para acontecer no próximo dia 28, deu sinais de que a votação corre risco de, mais uma vez, ser adiada.
“Acredito na palavra do presidente Henrique Alves. Ele assumiu um compromisso público conosco na Tribuna da Câmara que não votaria a PEC da Prorrogação da Zona Franca de Manaus em segundo turno sem que antes tivessem resolvidas as questões das Áreas de Livre Comércio. Se na terça-feira nós chegarmos a um acordo quanto ao prazo de vigência das Áreas de Livre Comércio, não haverá nenhum problema em votar a PEC de Manaus. Não somos, de maneira nenhuma, contrários à prorrogação da Zona Franca de Manaus. O que nós não podemos é perder a oportunidade de prorrogar nossas ALCs, que são vitais para a economia dos nossos Estados”, disse ele, lembrando ainda que enquanto o prazo da ZFM encerra em 2023, a Área de Livre Comércio de Boa Vista vence no ano que vem.
Braga otimista
Apesar do imbrólio, o senador Eduardo Braga disse, via assessoria, estar confiante em relação à aprovação da PEC, “principalmente porque as negociações estão avançando”. O senador explicou ainda que as soluções encaminhadas para informática e ALCs não prejudicam o Amazonas, já que as ALCs são projetos voltados para o comércio enquanto a ZFM é um projeto industrial. Além disso, ele enfatizou o fato de que o Estado também conta com uma área de Livre Comércio, em Tabatinga e que a aprovação das Áreas de Livre Comércio colabora na aprovação de mais 50 anos para ZFM.
Fonte: JCAM