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Demissões no PIM têm queda de 45,49%

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05/04/2017

De acordo com dados divulgados ontem (4) pelo Sindicato do Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal-AM), entre janeiro e março de 2016, haviam sido demitidos das fábricas 6.946 trabalhadores. Já neste ano, nos três primeiros meses, foram demitidas 3.786 pessoas no PIM. Apenas no último mês de março, foram 1,6 mil demissões, número 31% menor que março de 2016, quando foram demitidas 2.457 pessoas.

Apesar da redução, especialistas acreditam que a aprovação da Lei da Terceirização vai retardar as contratações efetivas na Carteira de Trabalho de Previdência Social (CTPS), com presença maior das empresas terceirizadas.

O economista da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Gilmar Freitas, reconhece que, neste primeiro trimestre do ano, a indústria local teve uma pequena melhora. Porém, ele salienta que ainda é cedo para poder ter uma avaliação se há realmente uma recuperação ou se é apenas “um suspiro” do setor. Para ele, é preciso aguardar o que vai acontecer no 3º trimestre do ano, porque todas as previsões são de que no 2º semestre é que vai haver uma perspectiva melhor. “Esses dados nos dão esperança, mas não nos dão convicção, porque a situação continua difícil, tanto para produção quanto para arrecadação”, apontou.

Terceirização

O economista falou também que a legalização da Lei de Terceirização vai possibilitar que outras empresas possam ser contratadas, terceirizando até a própria produção e aumentando a expectativa da classe empresarial, com uma produção maior a baixo custo, mas também que poderá aumentar o desemprego da classe trabalhadora. Freitas declarou ainda que para a Lei da Terceirização ter efetivamente resultados positivos, vai depender se o governo do Estado irá fazer alguma modificação na Lei dos Incentivos Fiscais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

O economista detalhou que, na lei 2.826/03, é estabelecido que alguns processos produtivos são impedidos de haver alterações e, dessa forma, as empresas do PIM não poderiam terceirizar determinadas etapas da linha de produção. “Provavelmente, o que vai ter maior número de contratações serão as terceirizadas, mas só se a economia reagir. Os primeiros sinais já foram dados, mas não podemos assegurar que até o fim do ano haja uma reação da economia”, completou.

Acúmulo de funções

O presidente do Sindmetal-AM, Waldemir Santana, denunciou que as fábricas do PIM estão demitindo trabalhadores para dar lugar a outras pessoas que executam a mesma função, mas com salários mais baixos, o que é vantajoso e lucrativo para as empresas.

Ele afirmou acreditar que com a Lei da Terceirização, problemas como esse irão se intensificar, prejudicando o trabalhador. “Já temos os primeiros indícios dos problemas que o trabalhador terá”, disse.

Waldemir contou ainda que essas mudanças nas leis trabalhistas irão influenciar na redução de salários e no poder de compra das pessoas, que irá diminuir, na avaliação dele.

O sindicalista falou também que, em vez de a população passar a comprar mais, ela vai acabar comprando menos, porque as empresas passarão a remunerar menos.

“O Distrito Industrial está reduzindo o número de funcionários e os salários, então cai a mão de obra. Onde você tinha duas pessoas, agora tem uma produzindo, o que também causa doença ocupacional”, especificou.

Preferência

Waldemir informou também que o PIM prioriza a contratação de pessoas com até 25 anos de idade e aquelas que já ultrapassaram os 30 anos dificilmente são contratadas. “Há 20 anos, as empresas já pediam pessoas com esse perfil, mas hoje é quase uma regra, porque o trabalhador tem que ficar nove horas em pé. Quanto mais novo, mais resistente”, contou.

Segmentos

De acordo com os dados do Sindmetal-AM, o maior número de demissões no mês de março de 2017 foi do ramo de eletroeletrônicos, em particular, na empresa Robert Shaw da Amazônia, com um total de 451 dispensas. A entidade explicou que o alto número foi registrado por conta do fechamento da empresa.

Já no acumulado do ano, a empresa que mais demitiu foi a Moto Honda. De acordo com o Sindmetal-AM, as 517 dispensas ocorreram por conta do Plano de Demissão Voluntária (DPV) da empresa.

Fonte: Amazonas Em Tempo

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