18/04/2016

A cada dia, 80 trabalhadores fixos são demitidos no Polo Industrial de Manaus (PIM), ou 550 por semana, em média, no período de um ano até fevereiro. A atual situação econômica, que superou os estragos da crise de 2009, fez 28,8 mil pessoas perderem o emprego no período, equivalente a um quarto do efetivo direto existente há um ano, sem contar os temporários e terceirizados. Os dados são dos últimos Indicadores Industriais da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

A mão de obra direta baixou de 108,9 mil para 80,1 mil trabalhadores, ou 26% a menos do registrado em fevereiro do ano passado. Nesse intervalo, a força de trabalho dos temporários encolheu mais da metade, ao cair de 1,9 mil para 881 operários, equivalente a 54% de redução.

Com salários menores, uma das saídas da indústria para reduzir custos e manter parte das linhas foi ampliar o quadro de terceirizados. A média desse pessoal nas fábricas passou de 4,1% para 6%. Em fevereiro do ano passado eram 4,8 mil trabalhadores contratados por empresas de Recursos Humanos e, em igual mês deste ano, o quadro subiu para 5,3 mil pessoas, segundo os dados da movimentação de mão de obra contidos nos Indicadores da Suframa.

A crise afetou as linhas de produção dos principais segmentos da indústria local, com as demissões generalizadas de trabalhadores. O Polo Eletroeletrônico, que representa 28,6% do faturamento do PIM perdeu 8,9 mil trabalhadores, ou 23,17% da mão de obra existente há um ano. Em fevereiro de 2015 eram 38,6 mil trabalhadores diretos e encerrou igual mês deste ano com 29,6 mil pessoas.

O Polo de Duas Rodas, que passou de segundo para terceiro em faturamento com queda consecutiva das vendas e da produção, perdeu 10% do pessoal, ao registrar 14,4 mil operários. A produção de motocicletas retraiu de 35,9% em fevereiro, segundo os dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).

Já o emprego no Polo Termoplástico encolheu 18,5%. Em 2015 eram 8,7 mil trabalhadores e, este ano, ficaram 7,1 mil, segundo os dados da Suframa. A situação também se agravou no Polo Metalúrgico, com a demissão de 2,1 mil pessoas, equivalente a 25,1% a menos em um ano.

Em termos percentuais, o maior impacto ocorreu no segmento Mecânico, com a perda de 26% do pessoal efetivo, que passou de 8 mil para 5,9 mil operários. Já o Polo Relojoeiro, que no ano passado registrou 1,7 empregos mil diretos, caiu para 1,6 mil, redução de 5,7% no intervalo de um ano.

Em todo o Amazonas foram perdidas 7,8 mil vagas de trabalho com carteira assinada no primeiro bimestre, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS). No período de um ano, 42 mil postos de trabalho já foram perdidos, a maioria na indústria.

Mulheres

Em um ano, quase 11 mil mulheres perderam o emprego nas fábricas de Manaus, uma redução de 28,7% da mão de obra feminina direta do PIM. Segundo os Indicadores da Suframa, em fevereiro de 2015 eram 38 mil operárias, enquanto que em igual mês deste ano, 27,1 mil estavam empregadas.

No primeiro bimestre do ano a indústria já demitiu 7,9 mil trabalhadores e contratou 4,4 mil. Nos dois primeiros meses do ano, foram perdidos 3,4 mil empregos, o que reduziu o volume da mão de obra média mensal para 87 mil pessoas, número inferior ao registrado até na crise de 2009, quando a média mensal do emprego fechou com 92,7 mil trabalhadores.

De acordo com os Indicadores da Suframa, no ano passado a indústria fechou 25,4 mil postos de trabalho, resultado das contratações em relação às admissões. Foi o pior desempenho desde 2003, quando atingiu 68,6 mil postos.

Fonte: Portal D24am.com