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Demanda por seguro-desemprego no Amazonas cresce em agosto

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22/09/2021

Marco Dassori

A demanda por seguro-desemprego no Amazonas cresceu pela segunda vez consecutiva, no mês passado. A quantidade de requerimentos subiu 3,90% de julho (5.231) para agosto (5.435) de 2021, além de ficar 8,87% acima da marca de agosto de 2020 (4.992) – mês em que comércio e serviços já estavam inteiramente reabertos e a indústria ensaiava a retomada do pós-primeira primeira onda. Os pedidos se concentraram principalmente na segunda (3.215) quinzena, em detrimento da primeira (2.220). Os dados são da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.

Seguindo a proporção de postos de trabalho gerados, o setor de serviços liderou a lista, respondendo por 36,63% (1.991) dos registros. No mês do Dia dos Pais, o comércio (25,32% ou 1.376) caiu para a terceira posição, ficando atrás da indústria (27,91% ou 1.517). Na sequência vieram construção (9% ou 489) e agropecuária (1,14% ou 62). Em números absolutos, construção e indústria foram as atividades econômicas do Amazonas que registraram incremento, na comparação com julho.

Os valores pagos no Amazonas superaram os R$ 21,75 milhões, no mês passado, sendo que o valor médio das parcelas foi de R$ 1.354,35 – em um total de 16.061 parcelas pagas localmente. Assim como ocorrido quanto ao número de beneficiados, o montante também cresceu, mas a diferença foi menor (+0,74%), quando na comparação com o valor percebido em julho deste ano (R$ 21,59 milhões). No confronto com os números do mesmo mês de 2020 (R$ 38,57 milhões), contudo, houve retração de 43,61%.

A performance do Estado acompanhou a tendência da média nacional, embora com números mais fortes. O Brasil registrou 493.798 solicitações de seguro-desemprego, em agosto de 2021, com acréscimo de 1,67% ante julho do mesmo ano (485.676) e elevação de 6,46% em relação ao valor de 12 meses atrás (463.834). Em sintonia com a expansão na quantidade de solicitantes, os valores pagos em todo o país subiram 1,46% entre julho (R$ 2,74 bilhões) e agosto (R$ 2,78 bilhões) e ficaram 1,09% acima do dado de 12 meses antes (R$ 2,75 bilhões).

Idade e instrução

Apesar da estabilização da pandemia, 84,1% (em torno de 4.573) dos registros foram realizados pela web – praticamente a mesma proporção do mês anterior (84,2% ou 4.402), no mês precedente. Assim como ocorrido em julho, a maioria esmagadora dos trabalhadores amazonenses que buscou seguro-desemprego pertencia ao sexo masculino, com 64,34% (3.497) das solicitações. As mulheres, por sua vez, responderam por apenas 35,66% (1.938) dos registros.

Com 34,50% do total, a faixa etária que requereu mais formalizações pelo seguro-desemprego no Amazonas foi novamente a de 30 a 39 anos (1.875), seguindo a tendência dos meses anteriores. Em seguida vieram, praticamente empatados, os que já contavam entre 25 e 29 anos (21,80% ou 1.185) e aqueles que tinham de 40 a 49 anos (20,29% ou 1.103). Completam a lista os trabalhadores de 18 a 24 anos (14,33% ou 779), entre 50 a 64 anos (8,89% ou 483), 65 anos ou mais (0,18% ou 10).

Em termos de grau de instrução, 75,45% dos solicitantes do benefício no Amazonas tinha ensino médio completo (4.101). Foram novamente seguidos de longe por aqueles que contavam com o superior completo (6,90% ou 375), fundamental completo (4,99% ou 271), médio incompleto (4,93% ou 268), fundamental incompleto (4,73% ou 257), superior incompleto (2,69% ou 146), ou eram analfabetos (0,31% ou 17).

A faixa salarial predominante entre os trabalhadores amazonenses que pediram seguro-desemprego no mês passado foi novamente a que vai de 1,01 a 1,5 salário mínimo (47,05% ou 2.557). Em seguida, estavam os que ganhavam de 1,51 a 2 mínimos (19,52% ou 1.061), até 1 mínimo (13,84% ou 752) e 2,01 e 3 mínimos (11,83% ou 643). Os demais ganhavam de 3,01 a 4 mínimos (3,75% ou 204), entre 5,01 e 10 mínimos (1,95% ou 106), de 4,01 a 5 mínimos (1,65% ou 90) e acima dos 10 mínimos mensais (0,40% ou 22). O ranking se manteve o mesmo em relação a julho.

“Fronteira de possibilidades”

O economista, consultor empresarial, professor universitário e conselheiro do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Estado do Amazonas), Leonardo Marcelo Braule Pinto, salienta que os números podem ser explicados pela análise do contexto macroeconômico do país, após duas ondas da pandemia. “Estamos em um período de recesso econômico e as empresas ainda sofrem os impactos de 2020. Há uma diminuição da fronteira de possibilidades de produção, com efeitos na capacidade instalada e emprego. Diante da fraca demanda, preferem deixar uma capacidade ociosa e cortar seu custo variável mais fácil para tanto, que é a mão de obra”, resumiu.

No entendimento do economista, há uma “ausência significativa” de incentivos, das três instâncias governamentais e as empresas estão tentando sobreviver “com as próprias pernas”, sendo que os impactos se dariam principalmente em negócios de pequeno porte, nos setores de comércio e serviços. Por esse mesmo raciocínio, prossegue a fonte, não é surpresa que o perfil dos trabalhadores seja prioritariamente de ensino médio e com renda de 1 a 1,5 mínimo, já que trata-se justamente do público de maior número e da “ponta da linha”.

“Enquanto estivermos passando por esse período pós-pandêmico de baixa demanda, a procura pelo seguro-desemprego vai aumentar. O Amazonas sai liderando [nos números], por ter atividades econômicas menos dinâmicas, quando comparado a Estados como São Paulo, por exemplo. No curto prazo, é de se esperar que os números até aumentem e que tenhamos equilíbrio econômico só em 2022, com diminuição entre a segunda metade do próximo ano e o começo de 2023. Por enquanto, acredito que esses números só tendem a crescer. Pouco, mas ainda vão subir”, concluiu.

Fonte: JCAM

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