10/06/2022

Menor demanda, migração para novos modelos de produtos e continuidade do desequilíbrio nas cadeias produtivas que abastecem a indústria seguem afetando setores do PIM.

Queda na demanda, migração para novos modelos de produtos e a continuidade do desequilíbrio nas cadeias de produção e de logística que abastecem a indústria seguem afetando o faturamento de subsetores do Polo Industrial de Manaus (PIM). Pelo menos seis setores registraram queda no desempenho no primeiro trimestre, na comparação com igual período de 2021, com variações negativas entre 15,92% e 34,13%. Setores como termoplástico, na área de bens de informática, e mecânico chegaram a ultrapassar o dobro da retração registrada no primeiro bimestre.

Os números têm base nos Indicadores de Desempenho do PIM, divulgados pela Suframa. Conforme o relatório industrial, o polo termoplástico do setor de bens de informática registrou, de janeiro a março, faturamento de R$ 10,7 milhões, saldo que representa queda de 30,15% na comparação com o primeiro trimestre do ano anterior. O percentual negativo mais que dobrou em relação à queda registrada no primeiro bimestre, que foi de 14,23%.

O segmento mecânico contabilizou faturamento de R$ 2,1 bilhões, no primeiro trimestre, uma queda de 17,86%, frente aos resultados de igual período do ano anterior. O percentual dobrou quando comparado aos índices negativos de 8,35% pontuado entre janeiro e fevereiro deste ano.

Outro setor que avançou nos índices negativos foi o eletroeletrônico. No primeiro trimestre o segmento contabilizou R$ 6,7 bilhões, com queda de 15,92% no faturamento, em relação a igual trimestre de 2021. Enquanto no primeiro bimestre deste ano a queda no faturamento foi de 12,92%.

Suframa explica queda nos faturamentos

Conforme a Suframa, a indústria sente queda na demanda, desde janeiro, pelos produtos eletroeletrônicos, motivada pelos efeitos inflacionários dos bens duráveis, o que segundo a autarquia, justifica as quedas consecutivas e em maiores índices.

“A queda no faturamento de eletroeletrônico na verdade representa uma acomodação de vendas que ocorreu no mês de janeiro. Nos últimos 4 anos, no mês de janeiro as vendas de eletroeletrônico vinham em crescimento, especialmente no ano de 2021. Entretanto, em janeiro deste ano, a demanda agregada por bens do setor de eletro recuou, em parte pelos efeitos inflacionários dos bens duráveis”.

A Suframa ainda informou que no caso do segmento mecânico a queda no faturamento, provavelmente, é motivada pela migração da demanda de ar condicionado do modelo janela para o modelo split. Enquanto no setor termoplástico, a autarquia afirma que a queda no faturamento está relacionada à cadeia de suprimentos global, que ainda não foi conseguiu equacionar e equilibrar o abastecimento aos parques industriais.

Fieam cita inflação e falta de insumos

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antonio Silva, os números dos indicadores do PIM estão dentro do esperado para um primeiro trimestre ainda afetado pelos impactos da pandemia de Covid-19.

“Os resultados negativos estão atrelados àqueles setores mais afetados pela pressão inflacionária e escassez de matéria-prima. É importante destacar, que apesar da demanda reprimida, ainda passamos por uma crise econômica reflexo dos dois anos de pandemia. Essa instabilidade econômica e política tem criado um cenário de difícil previsibilidade”, comentou o empresário.

Texto: Priscila Caldas

Fonte: Real Time 1