13/11/2013
Segundo explica o presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), Wilson Périco, 100% da saída dos produtos de duas rodas e de eletroeletrônicos grandes se dão por meio marítimo. “Televisores, receptores e duas rodas são 100% por meio marítimo. Só que ficam prejudicados por não ter muito acesso. O custo apesar de ser mais barato na composição da cadeia fica inviável, por que você não tem frequência para poder massificar as atividades”. As consequências incluem a perda de competitividade. “Se houvesse maior disponibilidade, essa competitividade seria melhor e provavelmente a demanda aumentaria”, conta.
A falta de frequência ocorre pela falta de capacidade de carga e descarga dos portos da cidade. Périco lembra que a cidade tem hoje uma grande capacidade de armazenagem, mas em virtude da falta de estrutura dos portos não consegue dar agilidade ao processo o que inviabiliza um maior uso. “O custo do armador para trazer o navio para cá para carregar e descarregar é muito grande. Fica aquela questão do ovo e da galinha. Você tem hoje capacidade de armazenagem portuária, mas não tem agilidade na atividade portuária”, ressalta.
O economista da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Gilmar Freitas, ressalta que o comércio que hoje é feito por meio fluvial na verdade é rodo fluvial, realizando apenas uma parte do caminho. “Não há datas estabelecidas. Se torna pouco viável para a indústria que trabalha com as coisas planejadas. A indústria acaba utilizando o sistema rodo fluvial e o restante vem do transporte terrestre. Todavia o processo através da cabotagem sairia mais em conta. Não há investimentos de empresas para suprir essa demanda e melhorar esse transporte. Não sabemos dizer porque. Pois empresas e carga há”, comenta. Atualmente, para a maioria dos produtos o percurso é feito pelos rios até Porto Velho, aonde segue de caminhão.
Questões climáticas
Além da falta de estrutura portuária a logística ainda fica prejudica pelos fatores climáticos que afetam o transporte por via marítima. Líder do setor, a empresa Aliança conta que hoje Manaus é responsável por 25% de toda movimentação de cargas da empresa e que durante o período de seca são obrigados a restringirem a quantidade de contêineres que se dirigem a Manaus.
“Temos como maior desafio à navegação de cabotagem a Passagem Tabocal (há 3 horas de navegação de Manaus), que afeta significativamente a navegação durante o período da seca, de final de setembro até início dezembro, chegando a restringir o calado dos navios a 7,50 metros. Para termos o calado máximo permitido na passagem Tabocal e navegarmos com segurança é feita essa redução”, conta o gerente de cabotagem da Aliança Navegação e Logística, Gustavo Costa.
Para a manutenção da regularidade do serviço, a empresa acaba cobrando uma taxa temporária das empresas durante a seca.
“A falta de profundidade na passagem Tabocal implica em aumento de custo logístico para os clientes em Manaus. Este calado varia dinâmicamente durante a vazante do rio e reduz o resultado econômico da viagem a Manaus”, explicou.
Segundo a empresa, a Aliança atende a Amazônia com os serviços de cabotagem e Mercosul, ligando Manaus aos principais portos no Brasil, Argentina e Uruguai, e também como o Serviço Feeder, conectando Manaus aos principais países das Américas, Europa e Ásia.
Fonte: JCAM