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De volta ao Jardim

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17/09/2015

Por Wilson Périco (*)

Acompanhamos com apreensão o quadro de indefinições e incertezas sobre a situação de nosso País, e as dificuldades de toda a ordem que desafiam os gestores e os que aqui vivem e trabalham, nesta terra de tantas oportunidades que a Natureza nos deu. Continuamos na expectativa pelas medidas que resgatem a confiança do cidadão brasileiro em seu Governo, que permitam a este cidadão voltar a viver, trabalhar, usufruir deste nosso País sem constrangimentos nem a vergonha que todos sentimos hoje diante dos fatos que a mídia revela. Precisamos, mais que nunca, somar esforços para repensar os valores e os novos caminhos que, juntos, devemos construir. Cabe a cada um de nós perguntar o que o Brasil quer da gente, qual o melhor direcionamento para superar esse momento tão difícil. Desafios foram feitos para serem superados e este também será, estamos certo disso.

Muito se fala sobre a necessidade de uma mudança drástica de conceitos e de correções de valores e adoção de novas posturas. Os problemas de Saúde, Segurança, Transporte, Emprego, questões importantíssimas, seriam assim melhor resolvidas. Por isso, se quisermos mudanças verdadeiras de nossa sociedade, precisamos promover mudança de conceitos e valores sociais, de brasilidade, de civismo. Se quisermos uma sociedade verdadeiramente melhor no futuro, portanto, o ponto de partida é EDUCAÇÃO !!! A começar pela base, dos primeiros anos de escola, que os mais antigos chamávamos de Jardim da Infância. E acreditem, TUDO O QUE EU PRECISAVA REALMENTE SABER, APRENDI NO JARDIM DA INFÂNCIA. São de lá as melhores lições sobre a vida. O que fazer, como ser e proceder, eu aprendi no Jardim da Infância. Não foi na universidade que eu encontrei a verdadeira sabedoria e a civilidade, e sim no recreio do Jardim da Infância. Foi lá que aprendi a respeitar a Pátria, os conceitos de civismo, do exercício da cidadania, que carrego até hoje. Foi exatamente isto que aprendi: respeitar o professor, a merendeira, compartilhar tudo, brincar dentro das regras, entender que ninguém era mais que ninguém, não bater nos outros, colocar as coisas de volta no lugar onde as encontrei, limpar a própria sujeira, não pegar o que não era meu, pedir desculpas quando machucava alguém, lavar as mãos antes de comer, puxar a descarga do banheiro. Ser chamado a atenção era motivo de muita vergonha e nos esforçávamos para estar “dentro da linha”, a liberdade de fazer as coisas corretamente. Também descobri que café com leite é gostoso, que uma vida equilibrada é saudável, que respeito gera respeito, e que pensar, aprender, desenhar, pintar, dançar, planejar e trabalhar um com dedicação todos os dias, nos faz muito bem. Tirar uma soneca todas as tardes, tomar muito cuidado com o trânsito, segurar as mãos de alguém e ficar juntos, são boas formas de enfrentar o mundo. Prestar atenção em todas as maravilhas e lembrar da pequena semente que, um dia, plantamos em um copo descartável. As raízes iam para baixo e as folhas iam para cima mas ninguém realmente sabia explicar porquê. Mas nós somos assim, e até mesmo a pequena semente do copo descartável , tudo cresce, vive, envelhece e morre um dia. E nós também. Tudo que você realmente precisa procurar entender está aí. Faça aos outros aquilo que você gostaria que eles fizessem para você. Amor, respeito, higiene básica, ecologia e política contribuem para uma vida saudável. Penso que tudo seria melhor se todos nós - o mundo inteiro - tomássemos café com leite todas as tardes e descansássemos um pouquinho abraçados a um travesseiro. Ou se tivéssemos uma política básica em nossa nação e em todas as coisas também, para sempre colocarmos as coisas de volta ao lugar onde as encontramos, limpando nossos detritos. E ainda descobrir que continua verdade, seja qual for a idade, que o melhor caminho é darmos as mãos e ficarmos juntos! Tenho certeza de que todos nós temos nossos conceitos de cidadania oriundos desta preciosa fase da vida. Tenho certeza, portanto, de que JUNTOS podemos mudar, para melhor, nossa terra, o Amazonas, o Brasil, tudo o que vemos e vivemos hoje, não importa o cargo ou posição que ocupemos ou tenhamos ocupado, pois o melhor é sermos verdadeiramente reconhecidos, não pelo que juntamos, mas pelo que somos, pelo nome que todos os dias construímos, isso significa que fizemos ou faremos a diferença. E a escolha é só nossa.

(*) Wilson é presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas

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