07/07/2015
Enquanto a venda de itens para o exterior somou US$ 368,33 milhões, entre janeiro e junho de 2015 – uma retração de 26,30% frente ao mesmo período do ano passado –, a aquisição de insumos para garantir a produção no PIM movimentou US$ 5,27 bilhões neste intervalo, queda de 20,94% em relação ao primeiro semestre de 2014.
Os dados são da balança comercial e foram divulgados nesta segunda-feira (6) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
No caso das exportações, o principal motivador da queda significativa, segundo o levantamento, foi a redução na venda de motocicletas de baixa cilindrada (-63,51%), de aparelhos de barbear (-34,08%) e de televisores (-23,50%).
Entre os países compradores, a Venezuela, que adquire principalmente concentrados para a elaboração de bebidas, registrou queda de 4,13% entre o primeiro semestre de 2015 e o mesmo período de 2014, com US$ 91,95 milhões em compras.
Mas a redução de pedidos mais representativa partiu da Argentina (-50,96%), marcada sobretudo pela queda no volume de importação das motos produzidas no Amazonas. O México também anotou recuo de 23,78% nas compras. Apenas a Colômbia que também é um importante cliente do PIM apresentou alta, passando de um volume de compras de US$ 37,92 milhões em 2014 para US$ 39,66 milhões, em 2015.
Importações
Já o recuo superior a US$ 1 bilhão nas importações de insumos, conforme o Mdic, teve relação com a diminuição de pedidos para o PIM, resultando em uma menor necessidade de se importar os componentes para a fabricação de produtos finais.
A aquisição de microprocessadores SMD, por exemplo caiu 34,57%, enquanto a compra de componentes para eletroeletrônicos, como televisores, caiu 29,45% e de peças e partes para motocicletas registrou queda de 9,33%.
O mesmo reflexo de retração foi sentido nos países dos quais o Brasil importa insumos. A Coreia do Sul, que no primeiro semestre de 2014 vendeu ao Amazonas US$ 1,37 bilhão em componentes, nesse ano, as vendas somaram US$ 717,24 milhões, uma diferença de 48,01%. A China, principal país importador de insumos para o Estado, reduziu as vendas em 20,51%, enquanto os Estados Unidos venderam 12,41% a menos.
Recuperação lenta
Para o gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Marcelo Lima, mesmo com o dólar favorável, as exportações caíram no primeiro semestre em decorrência de crises em países latinos e de reformulações no Acordo de Complementação Econômica (A.C.E. 18), que rege as regras do comércio exterior no Mercosul. "A Argentina, por exemplo, reforçou barreiras para conter a entrada de produtos brasileiros com a justifica de 'estancar' a crise interna", explicou.
Já em relação às importações, a própria desaceleração da economia do Brasil, somada a situações pontuais como a greve da Suframa que reduziram a produção do PIM, teriam motivado o recuo no volume de compras.
"E, ao contrário da recuperação esperada para o início do segundo semestre, não enxergamos perspectiva de recuperação nos números da balança comercial pelos próximos três meses", lamentou.
Fonte: Portal Acrítica.com.br