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Custo logístico no frete internacional é impactado por crise

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27/05/2020

Fonte: Jornal do Commercio

Andreia Leite

As companhias aéreas registraram quedas drásticas no volume de suas receitas desde a baixa demanda no tráfego de passageiros em decorrência da pandemia de Covid 19. As consequências financeiras da crise no setor aéreo podem causar reflexos no custo logístico da indústria local o que deve forçar naturalmente um aumento nos valores do frete e mais tempo de chegada dos insumos, além de custos no transporte interno e armazenagem. Para completar o cenário obscuro o impacto financeiro fez as aéreas Avianca Holdings e Latam Airlines entrarem com pedidos de recuperação judicial nos Estado Unidos.

Apesar de considerar qualquer avaliação como prematura, o conselheiro do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), Celso Piacentini diz que “vai impactar, não tenho dúvidas. Mas ainda difícil de avaliar, numa situação tão incomum”. Ele garante que o custo logístico, de uma forma geral, no frete internacional aumentou vertiginosamente nestes tempos de pandemia o que mais tem sofrido impacto.

Quanto ao frete nacional, ainda não é possível mensurar os efeitos. Mesmo porque, apesar da redução do número de vôos ele afirma que ainda não sentiu grande impacto, justamente por causa da queda de demanda.

“O frete aéreo internacional chegou a picos de mais de cem por cento, hoje está estabilizado entre 40% a 60%, dependendo da origem e da urgência”. No frete aéreo nacional, tivemos aumentos mais comportados na ordem de 8% pela diminuição de frequências”.

O coordenador de logística do Cieam/Fieam Augusto Rocha, tem a mesma percepção ao constatar que os custos do frete aéreo da Ásia para cá subiram muito. “Há uma expressiva falta de ofertas em voos. Tem tido empresa que tem experimentado alguns dias para iniciar o transporte aéreo por conta da falta de oferta de voos. Há também uma expressiva redução da disponibilidade e oferta de aeronaves”.

O que tem agravado não só o custo, mas também o tempo para transporte. O cenário internacional é bem semelhante. Conforme Rocha, o frete nacional está entre 10% a 20% maior. Internacional, excetuando-se o câmbio, há aumentos de 20%. “Certamente terá aumento. As empresas aéreas precisarão gerar caixa. Acredito que o custo aéreo será agravado”, prevê. Têm empresas que admitem que o frete subiu num caso específico em 48%. Origem China, em volume menor.

Ele explica que não há um novo mundo pós-pandemia. Há um novo mundo a cada segundo é preciso ajustar-se a ele. “Haverá garantias ou apoio suficiente do Governo para pessoas, empregos ou empresas? Não”.

No entendimento do coordenador de logística da entidade, os volumes caíram muito e várias empresas de transporte não sobreviverão. Com a redução da concorrência os preços vão aumentar. Além disso, o setor de transporte opera sempre buscando o equilíbrio entre oferta e demanda. “Se não houver apoio forte para as empresas nacionais, seremos ainda mais invadidos por empresas estrangeiras (sem fazer juízo de valor se isso é bom ou ruim).

Na Alemanha, por exemplo, a Lufthansa recebeu um mega apoio do governo de lá”.

Para ele, a questão que se coloca na nossa região é que o custo operacional daqui aumentará mais. Somos uma região isolada e sem infraestrutura de transporte que oportunize concorrência entre modais.

“Assim, teremos apenas o fluvial e aéreo. E em ambos já são empresas estrangeiras que operam. A carência de infraestrutura será cada vez mais sentida. Seguimos sem subsídios ou apoios para as empresas. Muitas ficarão pelo caminho, mas a demanda voltará em algum momento. Quem tiver caixa vai sobreviver”, avaliou.

De acordo com o especialista, no caso da LATAM, a pandemia foi muito séria, mas ela já tinha problemas - até por isso tinha deixado de ser TAM e adquirida pela LAN.

Pedido

O grupo Latam Airlines e suas afiliadas no Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos entraram nesta terça-feira (26) com pedido de recuperação judicial nos Estados

Unidos em razão dos impactos da crise do coronavírus nas operações da companhia.

As subsidiárias do grupo no Brasil, Argentina e Paraguai não estão envolvidas no processo de reestruturação de dívida sob a proteção do Capítulo 11 da lei de falências dos Estados Unidos, que permite um prazo para que as empresas se reorganizem financeiramente.

Conforme a agência Reuters, a Latam se torna o maior grupo de aviação a buscar uma reorganização de emergência como consequência dos impactos da pandemia.

De acordo com o comunicado da empresa a LATAM Airlines Group S.A. e suas afiliadas no Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos iniciaram hoje uma reorganização e reestruturação voluntária de sua dívida sob a proteção do Capítulo 11 da lei dos Estados Unidos, com o apoio das famílias Cueto e Amaro, e da Qatar Airways, dois dos maiores acionistas da LATAM. Diante dos efeitos da COVID-19 no setor mundial de aviação, esse processo de reorganização oferece à LATAM a oportunidade de trabalhar com os credores do grupo e outras partes interessadas para reduzir sua dívida, acessar novas fontes de financiamento e continuar operando, enquanto adapta seus negócios a essa nova realidade.

A Latam é a segunda companhia aérea da América Latina a buscar abrigo na legislação americana de falências, depois da Avianca Holdings.

Em nota, a empresa afirmou que os impactos financeiros trazidos pela pandemia do novo coronavírus fizeram a empresa apresentar o pedido no Tribunal de Falências dos Estados Unidos.

Segundo a nota, o pedido foi feito para reorganizar e preservar os negócios da Avianca enquanto a companhia enfrenta os impactos da pandemia de Covid-19. A empresa afirmou que apesar da “eficaz reestruturação da dívida em 2019”, o pedido de recuperação judicial “foi necessário devido ao impacto imprevisível da pandemia de Covid-19, que provocou a queda de 90% do tráfego mundial de passageiros e se espera que reduza as receitas da indústria [de aviação] em US$ 324 bilhões em todo o mundo”.

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