26/11/2014
A qualidade dos engenheiros e tecnólogos à disposição no mercado de trabalho está ligada à inovação e à competitividade das empresas brasileiras. De acordo com a Pesquisa de Inovação 2011 (PINTEC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a falta de pessoal qualificado foi apontada por 72,5% dos entrevistados, classificando a carência de recursos humanos como o segundo principal obstáculo para a inovação no setor industrial, atrás apenas dos elevados custos da inovação no país, apontado por 81,7% das empresas.
Levantamento recente da CNI mostrou que a maioria dos engenheiros brasileiros (58%) não exerce função nas áreas em que se formam. Além disso, do total de ocupados na área da engenharia, pouco mais da metade está no setor industrial – que atrai cerca de 54% dos profissionais formados.
“Essa deficiência na qualificação profissional é um problema que afeta o setor industrial, emperra a inovação e dificulta da produção às vendas, passando por pesquisa e desenvolvimento e até por gestão. O que ouvimos dos empresários é que a burocracia dificulta a relação da academia com centros de pesquisa e que os cursos que aí estão não atendem às necessidades do mercado, por isso construímos essas propostas”, disse a diretora de Inovação da CNI Gianna Sagazio.
Propostas
Entre as sugestões apresentadas pela indústria, feitas em conjunto com representantes da academia e do governo federal, estão o aumento da integração entre os cursos de engenharia e o setor produtivo, na formulação de currículos, concessão de estágios, criação de centros de pesquisa tecnológicos, desenvolvimento de dissertações e teses orientadas às demandas de mercado.
Além disso, a indústria propõe incentivos a projetos de inovação cooperativos, desenvolvidos por equipes de estudantes, professores e engenheiros; o estímulo à pesquisa associada a empresas e governo e inserção de novas disciplinas que desenvolvam criatividade, inovação e empreendedorismo. Também sugere incentivo ao ingresso de mulheres nos cursos de engenharia.
Consultoria e Acordo
Para ajudar na implementação das mudanças de currículo, a CNI contratou uma equipe de consultores da LASPAU, uma organização filiada à Universidade de Harvard, que tem como foco a capacitação profissional e o desenvolvimento de recursos humanos.
A CNI também firmou acordo de cooperação com o Conselho de Competitividade dos Estados Unidos (Council on Competitiveness), válido por cinco anos, que tem como objetivo criar um marco de cooperação em inovação, empreendedorismo e competitividade com a capacitação de empresas e aprimoramento de políticas públicas para inovação. Entre as atividades previstas, estão o desenvolvimento conjunto e o intercâmbio de conteúdos e a promoção de visitas técnicas a empresas e centros de conhecimento para troca de práticas de inovação no Brasil e nos Estados Unidos.
Fonte: Portal da Indústria (CNI)