29/05/2015
A previsão é do presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), Wilson Périco, e assusta parlamentares que ontem levaram à tribuna da Assembleia Legislativa suas preocupações com relação à questão. O deputado Orlando Cidade (PTN), por exemplo, disse que a ALEAM deve, inclusive, forçar a barra da bancada federal do Estado para intervir junto a presidente Dilma Rousseff e evitar o caos no Estado.
Cidade culpa o governo Dilma pela crise, pois foi o veto presidencial à reestruturação salarial dos servidores da Suframa, implícita na MP 660, que levou 400 funcionários da autarquia a cruzarem os braços – e são eles que respondem pela burocracia que libera insumos às empresas do PIM.
“A bancada tem a obrigação de articular no Congresso pela derrubada do veto”, afirma Cidade, apreensivo também com a ameaça de paralisação do transporte alternativo no Distrito Industrial. “Se isso acontecer, estaremos num mato sem cachorro, será o caos”, prevê.
Sinal vermelho aceso
O sinal vermelho de uma crise aguda está aceso no PIM, disse ao CORREIO DO ZACA o deputado Orlando Cidade.
Segundo ele, a crise é impactante na indústria e no comércio, com desdobramentos lamentáveis na área social, já que atinge empregos e a arrecadação do Estado.
Samsung já demitiu quase mil
Dados do Sindicato dos Metalúrgicos apontam mais cem postos de trabalho a menos na Samsung Eletrônica da Amazônia, uma das gigantes do PIM e uma das que mais demitem.
As linhas de produção da empresa estão sendo transferidas para São Paulo e o número de trabalhadores demitidos já chega a 700.
Outra empresa, a chinesa Lenovo, mandou 2 mil operários embora e já transferiu de Manaus para São Paulo a sua produção de notebooks.
Sindimetal denuncia “esquema”
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindimetal), as sucessivas demissões no PIM fazem parte também de um “esquema” montado pelas empresas para enfrentarem a presente crise.
Elas demitem e depois contratam mão-de-obra a preço baixo. Um ferramenteiro, com salário de R$ 4 mil, agora é contratado ao preço de R$ 2,5 mil. Um soldador especializado, que faturava R$ 2,5 mil, agora ganha R$ 1,8 mil.
Na Moto Honda, um engenheiro de produção ganhava R$ 8 mil e agora aceita trabalhar por apenas R$ 6 mil. Em tempos de crise é assim.
Fonte: Portal do Zacarias