18/07/2014
Além da produção, as dificuldades vão afetar os 20 mil empregos diretos gerados pelo setor atualmente. Sem um número específico, Fermanian afirma que as fábricas estão revisando também seus quadros de funcionários e que uma baixa na mão de obra será inevitável.
"A relação da produção com o número de empregados é direta. Passamos de 20,4 mil empregos no PIM em 2011 para pouco mais de 18 mil em 2014. Os fabricantes estão analisando, cada um tem sua estratégia, mas esse movimento (de demissões) vai acabar acontecendo por conta da produção", disse.
A Moto Honda é a maior fabricante de motocicletas do PIM e detém 80% de toda a produção do polo de Duas Rodas local. Há três anos em crise, a fábrica, que já chegou a empregar 11 mil funcionários em 2008, hoje possui 9 mil funcionários.
O gerente de relações institucionais da Moto Honda, Mário Okubo, disse esperar uma recuperação nos números neste último trimestre e, apesar de não parecer muito otimista, descarta a possibilidade de demissão em massa.
"Os empregos diminuíram sim nestes últimos anos. Isso foi a rotatividade normal dos empregados que vão saindo, mas nós não estamos repondo. Estamos com mão de obra ociosa, mas não pensamos em demissão em massa", confirmou Okubo.
Segundo levantamento da Abraciclo, no primeiro semestre deste ano, foram fabricadas 769,6 mil motos, contra 839,9 mil unidades no mesmo período de 2013, correspondendo a uma redução de 8,4%. No acumulado das vendas no atacado, a queda foi de 12,2%, quando comparado a 2013.
Diante dos sinais de instabilidade, a Abraciclo foi obrigada a refazer suas projeções para o fechamento do ano, prevendo uma retração de 3%, tanto para a produção quanto para as vendas no atacado.
"O impacto da Copa do Mundo foi bastante severo no nosso setor. Fundamentalmente, nossa expectativa era de uma venda diária de 6,2 mil unidades, mas ficamos bem abaixo desse número. As vendas do varejo apresentaram uma queda de 30,6 mil mil unidades", ressaltou.
Fermanian destacou que a previsão de estabilidade esperada para 2014 já contemplava os impactos da Copa do Mundo nos negócios, bem como a necessidade de antecipação das habituais férias coletivas de julho para junho.
Conforme o presidente, houve um esforço de comercialização das montadoras e suas redes de concessionárias, que resultou na evolução dos negócios no primeiro trimestre, mas que não se sustentou diante das seguidas retrações da demanda em abril e maio.
"No segundo semestre, o setor estará focado na necessidade de recuperação dos volumes de vendas e ajustes dos estoques", acrescentou.
Pelos dados divulgados pela Abraciclo, foram vendidas em média 61 motocicletas por dia útil em Manaus no primeiro semestre, contra 59 unidades ao dia no mesmo período do ano passado. No Amazonas, a média diária caiu de 102 para 99 unidades, pelo mesmo comparativo.
Nos últimos quatro anos, Manaus registrou um crescimento de 60% em sua frota de motocicletas. Em 2010, a cidade contava com 92,4 mil motocicletas e, em 2014, há 148 mil unidades em circulação, segundo a entidade. No Amazonas, a elevação da frota atingiu 56% em quatro anos.
Fonte: Portal D24am.com