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Crise econômica nas UCs

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20/09/2021

Letícia Cardoso

Entro os anos de 2020 e 2021, a pandemia afetou duramente organizações próximas à BR-319

Atualmente, a falta de políticas públicas em torno da região Amazônica é algo extremamente preocupante, principalmente em um período em que a região - e todo o mundo - passou por uma crise sanitária e socioeconômica que desequilibrou a economia de diversos lugares.

Tendo em vista esse triste cenário isolado, a pandemia também conseguiu agravar a crise econômica em 13 Unidades de Conservação (UCs) nos municípios de Canutama, Humaitá, Lábrea e Manicoré, na região de abrangência da BR-319, no estado do Amazonas.

As informações pertencem ao estudo produzido pela Nota Técnica (NT) "A bioeconomia em Unidades de Conservação do Sul do Amazonas e o impacto da pandemia do novo Coronavírus", produzida pelo Observatório BR-319 (OBR-319).

O estudo realizado pela instituição buscou compreender a percepção social de lideranças locais sobre como a pandemia de Covid-19 impactou as atividades econômicas promovidas por estas organizações. No Sul da região Amazônica, a queimada é um dos principais agravantes para a preocupação com a conservação da floresta. E torna-se extremamente necessário defender as regiões que dificultam o avanço da agropecuária no estado.

Segundo os organizadores do estudo “Pan-Amazônia: visão histórica, perspectivas de integração e crescimento”, há um déficit de política pública para a integração econômica e estreitamento de medidas prejudiciais à região. “Há necessidade estratégica do estreitamento das alianças institucionais, de políticas públicas adaptadas e arranjos produtivos possíveis de serem consolidados, a despeito das dificuldades logísticas e de infraestrutura”, relatam os autores Osíris M. Araújo da Silva e Alfredo Kingo Oyama Homma.

MUDANÇAS NA REGIÃO

As obras da rodovia estão avançando mesmo durante a pandemia, apesar de o progresso ser lento. E, segundo Paula Guarido, que coordenou a produção do estudo da NT, a finalização das obras da BR-319 vai ocasionar mudanças nas vidas das pessoas que residem às margens da rodovia ou em UCs, terras indígenas, assentamentos e, até mesmo, em sedes municipais. "Essas mudanças serão positivas e negativas, mas a proporção vai depender da implementação, ou não, da governança socioambiental na região. Não somente após a finalização da estrada, mas desde já. Por mais que algumas pessoas acreditem que os moradores queiram a construção da rodovia de qualquer forma, esta não foi a realidade das respostas obtidas. Os comunitários sabem muito bem as ameaças que uma estrada feita a qualquer custo podem trazer aos seus territórios. E eles querem mesmo é que ela seja bem-feita, com garantias de proteção ambiental e socioeconômica.”

Palavra de ordem é preservar já

Ainda que difícil, o conceito de proteger a Amazônia agora, para garantir uma liderança global no futuro, não é novo. Ele já faz parte das políticas nacionais de vários países sul-americanos, entre eles a Colômbia e o Peru. Ambos adotam como política nacional a conservação total de seus setores amazônicos.

E pensando nesse cenário, a preservação territorial da região Amazônica vem se tornando cada vez mais pertinente, com novas obras e projetos sendo retomados na área. É o que revela o estudo publicado por Araújo da Silva e Oyama Homma.

“No caso do Brasil, o desmatamento vem sendo causado pela expansão da pecuária e da agricultura, seguindo o estabelecimento de estradas e de outras obras de infraestrutura. Para posicionar a Amazônia como epicentro do desenvolvimento sustentável global, os governos dos nove países da região precisam desenvolver uma política integrada de desenvolvimento, baseada em três programas. São eles: florestas produtivas, paisagens antrópicas sustentáveis e cidades sustentáveis", exemplificam os dois autores.

DESTAQUE


A rodovia BR-319 tem 870 quilômetros de extensão e é a principal ligação rodoviária entre Manaus e o restante do Brasil. Ela corta uma das regiões mais biodiversas e intocadas da Amazônia, o interflúvio Purus-Madeira. Com o desmonte dos órgãos de comando e controle, e afrouxa mento da fiscalização ambiental, a fronteira de desmatamento da Amazônia vem se expandindo.

Fonte: Acrítica

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