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Crise econômica faz empresas do Polo Industrial de Manaus dar férias coletivas

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07/05/2015

As empresas que integram o Polo Industrial de Manaus (PIM) enfrentam um período delicado. Somente entre o mês de abril e os primeiros dias de maio mais de dez fábricas notificaram a ocorrência de férias coletivas ao Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal-AM). Representantes industriais afirmam que a medida é uma tentativa de impedir a ocorrência de demissões em maior escala.

As fabricantes enviam, diariamente, comunicados referentes às férias coletivas ao Sindmetal. Para este mês ao menos cinco empresas programam paralisar as atividades em determinados setores produtivos, dentre elas, estão: Electrolux da Amazônia Ltda.; Panasonic da Amazônia S/A.; TSE Indústria de Artefatos Estampados de Metal Ltda.; LG Electronics da Amazônia Ltda. e Elsys Equipamentos Eletrônicos Ltda.

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, atribui a ocorrência de férias coletivas à crise econômica instalada no País. Segundo o empresário, nem mesmo as dificuldades econômicas nacionais vivenciadas entre os anos de 2008 e 2009 não impactaram o sistema fabril amazonense da mesma forma que a crise atual. Aumentos nas taxas de juros, índice inflacionário e dificuldades de acesso ao crédito, são alguns fatores, que segundo ele, contribuem para a redução no consumo e logo, na produtividade industrial. “A crise está instalada. Vivemos em um período de recessão que atinge até mesmo as indústrias nacionais. Conseguimos conviver bem ante a crise de 2009, mas agora, o problema está na economia nacional”, avalia.

De acordo com o vice-presidente, apesar do cenário desanimador, a classe empresarial tem esperanças de melhorias para o segundo semestre, por conta da possível aprovação das MPs (Medidas Provisórias) do ajuste fiscal, propostas do governo federal que tornam mais rigoroso o acesso à concessão dos benefícios previdenciários. “Acreditamos que a partir de setembro algo possa acontecer, se é que o ajuste fiscal consiga atingir seus objetivos, porque até agora só veio onerar. Não vemos esforços governamentais para reduzir os gastos públicos e isso nos preocupa”, considera. “Para não demitir as empresas dão férias aos funcionários. Mas e se a situação continuar crítica o que os empresários vão fazer? A última alternativa será reduzir a mão de obra. É um horizonte muito incerto”, completa.

O presidente do Sindmetal-AM, Valdemir Santana, lembra que no último mês as fabricantes de motocicletas Yamaha Motor da Amazônia Ltda. e a Moto Honda da Amazônia também anunciaram férias coletivas a alguns setores fabris. Santana conta que não são todas as empresas que informam previamente sobre a ocorrência de interrupção das atividades. “As empresas incorporam ou assimilam o prejuízo. É um momento delicado mesmo”, disse.

No dia 9 de abril, a Yamaha liberou cerca de 300 colaboradores que operam uma das quatro linhas produtivas existentes na fábrica. Eles retornaram aos postos de trabalho no dia 14. Na mesma semana mil trabalhadores que atuam em outras duas linhas de montagem também foram liberados e retornaram à empresa na última segunda feira (4). O Sindmetal informou que as folgas serão compensadas posteriormente, com datas a serem definidas pela fábrica.

Demissões


Conforme o relatório de homologações do Sindmetal, no período entre janeiro e abril deste ano 8.870 pessoas foram demitidas. No mesmo período de 2014 esse número foi de 8.506 desligamentos. Na quarta-feira (6), cerca de 60 trabalhadores que atuavam na empresa Salcomp Industrial Eletrônica da Amazônia Ltda. passaram pelo sindicato, no setor de homologação, onde é feita a conferência da rescisão contratual.

Na próxima semana, nos dias 13 e 14 será a vez dos trabalhadores demitidos pela indústria Climazon Industrial Ltda. comparecerem ao sindicato. Por conta do alto índice de demissões, o sindicato solicitou às empresas que informem antecipadamente a necessidade da ocorrência de homologações e a partir daí, uma data é agendada para o atendimento aos ex-trabalhadores.

Fonte: JCAM


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