10/07/2014
A constatação feita por especialistas e empresários é preocupante, já que a dívida externa dos “hermanos” coloca em risco os mais de 129 mil empregos diretos subsidiados pelo PIM.
Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, o quadro é desfavorável, pois a instabilidade econômica da Argentina pode convergir com o alto estoque das indústrias, que passou por um primeiro semestre de queda nas vendas.
“Não podemos vislumbrar um futuro muito promissor para o emprego ligado a indústria. Assistir o nosso principal parceiro ter problemas com o pagamento dos seus compromissos deixa essa realidade mais complicada”, comentou.
Exportações realizadas
Azevedo destacou que os produtos mais requisitados pela Argentina são os ligados ao setor de eletroeletrônicos e de duas rodas que, conforme informações da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), corresponderam a um valor US$ 95 milhões das exportações realizadas em 2013.
“Sabemos que a Argentina tenta negociar com seus credores e esperamos que aconteça de forma que o prejuízo a economia do Amazonas não se concretize”, analisou.
Conforme a Suframa, de janeiro a maio de 2014, o volume de exportações do PIM para o país vizinho foi de US$ 108 milhões e no mesmo período de 2013 US$ 107 milhões.
Estado de alerta
De acordo com o titular da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), Afonso Lobo, não dá para quantificar o tamanho das perdas às quais o Amazonas poderá ser submetido, por conta da crise na Argentina.
“Não podemos comparar a atual crise da Argentina com a do final da década de 1990 e começo de 2000. Eles passam por um período um pouco mais confortável do que aquele. Entretanto, a inflação em alta e a falta de reservas internacionais a deixam em estado de alerta. Não podemos fazer nada, é um problema exclusivo do governo deles”, frisou.
Segundo Lobo, a desconfiança com um passado que envolve calote de US$ 100 bilhões, também prejudica a recuperação efetiva da econômica argentina, afastando os maiores investidores.
“A presidente Cristina Kirchner tentou, em 2005, resgatar a credibilidade de seu país, oferecendo descontos de mais de 70%, para quem havia sido prejudicado pelo famoso calote. Uns concordaram e outros não. A briga com credores descontentes não parece que acabará rapidamente”, concluiu.
Fonte: Amazonas Em Tempo