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Crescem as dispensas sem justa causa e saque do FGTS chega a R$ 428 milhões

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13/08/2013

Em seis meses deste ano, os saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) aumentaram 19,2% no Amazonas na comparação com o início de 2012, somando R$ 428,2 milhões.

Para especialistas, os dados revelam um cenário econômico negativo, influenciado, principalmente, pela produtividade do Polo Industrial de Manaus (PIM). Neste período, as demissões sem justa causa responderam por quase dois terços, ou 74%, do valor sacado.

“O que houve, na verdade, é que as empresas ficaram segurando muito os seus funcionários, esperando que houvesse uma melhoria na economia brasileira e mundial. Isso não aconteceu”, explicou o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo.

O executivo destacou o crescimento “insignificante” do setor no período. “Embora a gente não tenha tido um decréscimo, o crescimento foi tão diminuto, tão insignificante, de 2,6% no faturamento, que realmente muitas empresas dispensaram. Como se fosse uma bolha”, analisou.

Para o economista e consultor Ailson Nogueira, o crescimento no faturamento não significa, diretamente, que há melhora no setor industrial. O aumento no volume do faturamento deve ser observado juntamente com o custo do produto final. “O faturamento tem muito a ver com o ajuste de preço, taxa de dólar e insumos que aumentaram, e não com emprego”, explica.

Saques desde o início do ano


Entre janeiro e junho de 2013, mais de 241,8 mil trabalhadores do Estado sacaram recursos do Fundo de Garantia. No mesmo período de 2012, foram 223,2 mil, segundo dados do site do FGTS.

As dispensas sem justa causa somaram 160,8 mil saques, que totalizaram R$ 318,8 no semestre. Comparando com o ano passado, houve aumento de 21,7% no volume sacado. Naquele período, 151,2 mil trabalhadores sacaram o Fundo ao serem dispensados sem justa causa, gerando um volume de R$ 261,8 milhões.

É do Polo de Duas Rodas que vem os maiores índices de dispensa, na análise do economista e consultor Ailson Nogueira, sinalizando que o segmento ainda não conseguiu se reabilitar.

Ele explica que o mau desempenho do setor afeta em consequência uma cadeia, mas que o problema não é de produção em si e sim de consumo. O grau de endividamento elevado e a inadimplência refletem nas montadoras e fornecedoras que são ‘obrigadas’ a reduzir o quadro.

Com a inflação e as taxas de juros em níveis mais altos, o resultado é um cenário negativo para a indústria, o que reflete nas demissões do setor. “O cenário é de instabilidade”, observa Ailson Nogueira.

Temporários


A extinção de contrato de trabalho por prazo determinado é outro motivo de saques de FGTS no Amazonas, comum na indústria após períodos festivos, como o Dia das Mães e o Natal. Ailson Nogueira explica que a indústria contrata grupos de funcionários por tempo determinado para suprir uma demanda específica.

O especialista destaca o fato de o trabalho temporário ser uma alternativa, também, para economizar com alguns encargos sociais comuns ao trabalho por prazo indeterminado no momento da rescisão. “Ele terá que pagar todos os encargos sociais que incidem numa demissão sem justa causa, quando for dispensar um funcionário contratado por tempo indeterminado”, afirma Nogueira.

No primeiro semestre, os saques por esse motivo foram mais de 52 mil, com montante de R$ 7,7 milhões. No mesmo período do ano passado, cerca de 49,1 mil trabalhadores sacaram os recursos do Fundo, atingindo valores totais de R$ 6,1 milhões.

Fonte: Portal D24.com

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