08/03/2021

Fonte: Brasil Amazônia Agora

Alfredo Lopes e Cristina Monte

Entre os múltiplos estragos da pandemia COVID-19, quebra da cadeia de suprimentos asiáticos, isolamento social, vulnerabilidade social crescente, falta de EPIs para os profissionais de saúde, as empresas do Polo Industrial de Manaus-PIM tiveram que lidar com os danos emocionais de seus colaboradores. Especialmente daqueles que trabalham sob pressão dos clientes nas encomendas de serviços de tecnologia da informação e da comunicação. De certa forma, porém, todos tiveram que lidar com a sequela emocional da pandemia. O problema, obviamente, é global e ninguém – incluindo os psicólogos e psiquiatras – estava preparados para essas surpresas comportamentais. Por isso, nos índices de transtornos de comportamento no ambiente de trabalho – que mudou para o modo home office – acendeu a luz vermelha da urgência de s. a saúde mental nas empresas. Ansiedade, medo, stress pós-traumático, depressão, transtorno de pânico, o luto intensivo por tantas perdas e a síndrome de Burnout (problemas relacionados com as pressões do trabalho) são as sequelas mais comuns.

Alfredo é editor-geral do portal Brasil Amazônia agora

4% do PIB mundial

A propósito, a saúde mental é historicamente negligenciada pelos países, segundo a Organização Mundial da Saúde. Esta patologia recebe dos países, em média, 2% do orçamento destinado à saúde, embora as doenças neurológicas e psiquiátricas afetem quase 1 bilhão de pessoas. De acordo com os dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), os transtornos mentais geram custos diretos e indiretos de US$ 2,5 trilhões (4% do PIB mundial).

Cristina é da Assessoria de comunicação da FPF Tech

Auxílio doença

Desde o ano passado, com o início da pandemia, os afastamentos com concessão de auxílio-doença e os pedidos de aposentadoria por invalidez relacionados a transtornos mentais têm crescido exponencialmente. Para se ter uma ideia, segundo o INSS, foram concedidos em abril um total de 453.249 benefícios, no valor de R$ 511,4 milhões, um aumento de 36,79% em relação a março, quando foram registrados 331.338. Em 2020 foram 577 mil afastamentos e 292 mil aposentadorias por invalidez, uma alta de 26% a mais nos casos de auxílio-doença e de 20,4% a mais nos casos de aposentadoria, comparado aos dados do ano de 2019. Em Manaus não foi diferente, especialmente porque as estatísticas assustadoras de contaminação e óbitos assustaram o país em duas oportunidades.

Stress do sofrimento e da morte

Às empresas do PIM couberam múltiplos desafios, produzir equipamentos de proteção dos trabalhadores da Saúde, EPIs, aliviar a Fome do cinturão de pobrezas que se agravou em torno de Manaus , e que mobilizou ações e precauções de toda ordem. Ninguém é Super-Homem nem Mulher-Maravilha, porém, para lidar com o stress da morte ou do sofrimento e permanecer igual. Foi assim que foram aparecendo as patologias emocionais. De concreto, os levantamentos científicos dos casos de ansiedade e de depressão estão relacionados à elevação dos transtorno de estresse pós-traumático, que consiste na rememoração de eventos impactantes em que há ameaça à vida, e de luto prolongado, no qual passa a existir a dificuldade de superar a perda de entes queridos.

Sem saúde não há negócio

Instituições como a Fundação Paulo Feitoza, que trabalham para resolver gargalos e soluções de alta complexidade tecnológica, de olho na performance operacional competitiva, antecipou-se ao problema e mobilizou seu provedor de Saúde para evitar complicações mais delicadas. Varias outras seguiram esse caminho. E o nome disso é prevenção. Desde o início da pandemia, a FPF-Tech iniciou parceria com a Provisa, que já era a corretora de planos de saúde da Fundação, para implantar o projeto de saúde mental Prevmente, que oferece todos os serviços demandados pelos danos no emocional.

Programa de saúde mental

A Provisa é uma empresa que atua com ações de prevenção a problemas relacionados à saúde mental dentro do ambiente de trabalho das organizações desde 2016, auxiliando as empresas que querem adotar programas de saúde laboral, física e mental, usando a criatividade para minimizar a tensão dos colaboradores e fortalecer a equipe. A empresa oferece serviços que englobam atividades lúdicas, rodas de conversa, bate-papo, lives, palestras e, inclusive, orientações e incentivo à procura de atendimento psicológico na modalidade vídeo chamada ou presencial.