25/10/2016
A parcela dos empregados no País que trabalham 49 horas ou mais por semana – cumprindo jornadas diárias de dez horas em média – atingiu seu menor nível nos últimos quatro anos. É mais um reflexo da crise e da deterioração do mercado de trabalho, que tem provocado redução de horas extras nas empresas.
Segundo especialistas ouvidos pela Folha, muitos empregadores têm recorrido a esse expediente para evitar ainda mais demissões. Embora ajude a preservar empregos, o corte das horas extras reduz a renda dos trabalhadores e seu potencial de consumo.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao fim do segundo trimestre deste ano, a parcela de pessoas que trabalhavam 49 ou mais horas por semana esteve restrita a 10,9%. No primeiro trimestre de 2012, início da série histórica das estatísticas do instituto, esse grupo representava 16,9%.
Queda semelhante ocorreu com a parcela dos que trabalham entre 45 e 48 horas semanais – recuo de 5,9 pontos percentuais para 11,8% no segundo trimestre deste ano. Em 2012, a economia ainda vivia momentos de bonança e a demanda aquecida permitia que as empresas tivessem grande contingente de funcionários complementando a rotina com horas extras.
“O empregador negocia redução da carga horária em resposta a uma demanda que não está aquecida”, afirmou Bruno Alfano, da Fundação Getulio Vargas (FGV). De acordo com o economista Marcelo Azevedo, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o movimento ocorre principalmente nas fábricas.
Fonte: Portal D24am.com