22/07/2013
A alta direção das grandes empresas instaladas no PIM está sediada na região Sudeste, onde são fechados os seguros com os corretores daquela região, basicamente de São Paulo, segundo o presidente do Sincor/AM-RR (Sindicato dos Corretores de Seguros dos Estados do Amazonas e Roraima), Gilvandro Moura. “O Polo Industrial é uma questão atípica, há alguns anos nós vínhamos tentando penetrar naquele segmento. Normalmente a alta direção das grandes empresas fica baseada no eixo sudeste, onde fecham tudo, que diz respeito aos seguros, com os corretores de lá, Rio e São Paulo”, disse ao Jornal do Commercio.
Moura afirma que apesar da lei da Zona Franca determinar que todas as atividades que o Estado puder oferecer tem que ser contratado pelas empresas incentivadas pelo modelo ZFM, como: mão de obra, insumos, equipamentos e serviços que abrange vigilância, limpeza e seguros. Mas que na prática a lei deixa de ser cumprida para ser interpretada e favorecer de forma unilateral. “À exceção das indústrias pequenas que nós estamos trabalhando, as demais não fomentam o mercado de seguros local. Sabemos que ‘Seguros’ é uma modalidade de serviços e isso não é fiscalizado, ou aplicado de acordo com a lei que criou a Zona Franca (decreto-lei 288/1967)”, esclareceu.
Município deixa de arrecadar
O presidente do sindicato ainda afirmou que as indústrias estão produzindo no PIM, mas os seguros são contratados fora dos limites da ZFM, o que acaba prejudicando o município, que deixa de arrecadar o ISS (Imposto Sobre Serviços) incidente sobre a operação de serviços, de gerar mão de obra especializada em seguros e que também cai as estatísticas que servem de termômetro de reajuste dos valores dos prêmios. “Quando a pesquisa é realizada pela federação aparenta um índice muito inferior, menos proficiente, mas porque um grande seguro, do Estado do Amazonas, gerado no Polo Industrial deixa de ser registrado em virtude de ser fechado lá fora”, frisou Moura.
Seguros em expansão
De acordo com Moura, o mercado de seguros no Amazonas está em plena expansão. E ao acompanhar a evolução na capital se detecta um crescimento maior da região norte. “Oscilações acontecem por adaptações nos valores dos prêmios de seguros de acordo com suas estatísticas, no caso, o homem paga mais que a mulher porque é considerado um perfil cuidadoso, que prevalece a cautela”, explicou.
O mercado de seguros no Amazonas cresceu 5,77% com um montante de R$ 275,7 milhões em prêmio direto registrado de janeiro a maio na comparação com R$ 260,7 milhões do igual período do ano passado, segundo dados da Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros).
Em Manaus valor do seguro de automóvel ainda é menor do que em outras cidades, pelo fato de que o índice de sinistro é menor. “O índice de roubo de carros em Manaus é menor que em outros locais, mas em contra partida está aumentando o índice de colisão, então valor do seguro pode subir ou cair dependendo do comportamento estatístico”, informou o presidente do Sincor/AM-RR.
Segundo Moura, são vários fatores que interferem no valor do prêmio. As seguradoras acompanham o ICES (Índice de Confiança e Expectativas das Seguradoras), que está muito elevado e as seguradoras acompanham. “Da mesma forma, quando as campanhas de prevenção de acidentes, contra o consumo de álcool ao dirigir estão sendo aplicadas com rigor, as estatísticas de sinistros caem e o valor do seguro também diminui”, afirmou.
O corretor de seguros procura se especializar cada vez mais, o ramo de automóvel é o mais falado, hoje em dia estão surgindo outros ramos, por exemplo, seguro garantia de contrato. Os ramos mais tradicionais ainda são os ramos de seguro residencial, pessoal e de transporte de cargas.
Empresários na defensiva pelo modelo
De acordo com o presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), Wilson Périco, as empresas do PIM contratam seguros que atenda em todo o território nacional. Em alguns casos as empresas multinacionais fecham acordos de seguros com unidades que atendam no mundo todo. “Essa é uma prerrogativa das contratantes, que assim como a questão do convênio médico e de outro benefício”, explicou.
Segundo Périco as empresas do setor de saúde como Sul América, Unimed, Bradesco, atendem o Brasil todo independente de se fechar acordo em Manaus ou em São Paulo. A contratada vai ser a mesma, mas ele reconhece que o corretor de seguros de Manaus, é prejudicado. “Quem sai prejudicado nesse caso, e eu acho que é essa a reclamação, pode ser o corretor de seguro daqui, porque o outro lá em São Paulo, por exemplo, fechou no lugar dele, mas isso é um detalhe muito fraco”, disse.
Périco justifica a situação porque não há empresa seguradora em Manaus, existem empresas de seguros que tem filial em Manaus, é a mesma situação do convênio médico, de âmbito nacional, como a Unimed ou Bradesco, por exemplo, com corretores que vendem o convênio em Manaus, em São Paulo, no Rio de Janeiro ou em outro lugar, e que com o seguro o fato se repete. “Muitas vezes, as negociações fora de Manaus são mais fáceis porque se faz direto com as empresas seguradoras e não com o corretor”, admite.
Outra situação apontada pelo presidente do Cieam, são das multinacionais que fecham seguros mundiais, na sua maioria com seguradoras estrangeiras, de fora do Brasil. “Além disso, em Manaus não há empresas de seguros, as corretoras atuam por representação, o que é diferente”, conclui Périco.
Fonte: JCAM