16/06/2014
"O principal motivador para esse incremento foi a internet. Com muitos sites vendendo itens para a Copa as transportadoras menores conseguiram bons contratos", diz Roberto Longo, doutor em logística urbana pela USP (Universidade de São Paulo).
Quem aproveitou este bom momento para ampliar a frota e aumentar a carteira de clientes foi a transportadora cearense Fortaleza Transporte. O presidente da empresa, João Augusto Soares, disse ao DCI que a Copa foi fundamental para expansão da empresa. "Fechamos parcerias locais com empresas de e-commerce para distribuição de produtos relacionados à Copa. Aproveitamos também para novos contratos para entrega de brindes em bares e restaurantes". No balanço do semestre, o executivo projeta um incremento de 20%. "A maior parte da demanda foi verificada nos meses de maio, e a perspectiva é que o mês de junho também seja forte. Enquanto o Brasil avançar no Mundial, nós avançamos", brincou. O mesmo incremento foi verificado na transportadora JadLog. Especializada em transporte e logística de cargas expressas fracionadas, a empresa registrou um avanço na casa dos dois dígitos em função da Copa do Mundo. "Registramos desde abril um aumento mais acentuado na entrega de produtos relacionados à Copa do Mundo, e a expectativa é que a demanda se mantenha firme até o início do evento", disse o diretor comercial da JadLog, Ronan Hudson. Segundo o executivo, os destaques das vendas foram bolas de futebol, camisetas de seleções e materiais promocionais. "O volume de entrega de bolas aumentou cinco vezes, assim como o de televisores. Em relação às camisetas e materiais promocionais -que incluem banners, materiais impressos e brindes diversos -, a JadLog está despachando quase quatro vezes mais do que o volume movimentado em meses normais", disse ele, lembrando que as vendas virtuais foram destaque.
Plano de contingência
Para evitar problemas de mobilidade durante o Mundial, a Atlas anunciou um plano de contingência para evitar atrasos nas entregas. De acordo com o diretor operacional André de Almeida Prado, a empresa investiu em um levantamento para determinar qual será o impacto de mobilidade nas filiais levando em conta os dias de jogos e a distância das unidades para os estádios. "No mapeamento, foram avaliadas as principais vias que devem ser utilizadas no acesso aos estádios. Esta etapa também compõe um trabalho mais amplo que revisa todo o processo de movimentação de veículos e estrutura de distribuição da filial", explica o executivo.
A perspectiva é que nas cidades sede do mundial a atenção deva ser redobrada. "Das 56 filiais que a Atlas possui 12 delas funcionam em cidades que serão palco dos jogos da Copa. Portanto, é imprescindível elaborar um Plano de Contingência para melhor atender nossos clientes durante este importante acontecimento esportivo, visando prever e se antecipar aos possíveis impactos tanto em nossas atividades quanto na cadeia logística de nossos clientes", como argumenta o diretor de planejamento da Atlas, Lauro Megale. O efeito da Copa do Mundo também foi sentido entre as gigantes do setor. Exemplo disso, a Mercosul Line, braço da gigante de Maersk, registrou um incremento nas cargas de cabotagem na casa dos 50%, puxadas por itens como televisores, eletrônicos e máquinas de ar-condicionado, que saem de Manaus, em direção ao Sudeste.
Fonte: JCAM