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CONVERSA com 'JV' “O segmento industrial é resiliente e está acostumado a trabalhar”

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22/02/2022

Desde seu primeiro mandato em 2007, Antonio Silva tem se mostrado uma forte liderança empresarial, principalmente para enfrentar as grandes turbulências, como, por exemplo, na pandemia. Ao longo das suas várias gestões, Silva transformou a entidade em um fórum permanente das discussões estratégicas para o fortalecimento da indústria e de decisões em defesa do desenvolvimento social e econômico, como a consolidação do modelo Zona Franca de Manaus. Os críticos ao modelo precisam ter consciência de que a ZFM é primordial para a economia de toda região da Amazônia Ocidental, afirma sempre.

JULIO VENTILARI - Na sua opinião, as decisões do Governo Wilson Lima, em relação à pandemia, tiveram influência positiva ou negativa nos novos investimentos no Estado? AS - Os resultados falam por si só. As medidas do governo estadual foram extremamente acertadas. Ao permitir que as indústrias operassem mesmo durante o auge da pandemia, o governador Wilson Lima garantiu que a economia se mantivesse em atividade no período mais crítico da COVID-19. O Auxílio Estadual também permitiu que o efeito nocivo da pandemia sobre a renda familiar fosse mitigado, assegurando que mais de 300 mil famílias não ficassem desamparadas. Entendo que as medidas restritivas foram promulgadas nos momentos corretos, assim como as flexibilizações subsequentes. Seria impossível passarmos incólumes por esse período tão conturbado, mas tenho convicção de que as decisões foram escorreitas.

JV - Com a obrigatoriedade da adesão aos protocolos da OMS, como o empresariado da indústria amazonense avalia o posicionamento do Governo Jair Bolsonaro contra a vacinação?

AS - Acreditamos que a vacinação é um caminho que oferece uma alternativa concreta para o arrefecimento da pandemia. De toda a sorte, também respeitamos a liberdade individual de cada cidadão brasileiro. Acredito que a conscientização é o principal caminho para vencermos esse momento de crise sanitária. Não tenho dúvidas de que, apesar das vias distintas, temos um único objetivo comum, que é o de superar a pandemia que tanto nos afligiu ao longo dos últimos dois anos. Das alternativas propostas até hoje, a vacinação me parece aquela com os resultados mais sólidos, assim como as medidas profiláticas, que garantem uma primeira camada de proteção.

JV- Quais foram os decisões positivas e negativas do atual Governo Federal que impactaram na produção industrial do Amazonas?

AS - O Auxílio Emergencial foi fundamental para garantir a renda de mais de 20 milhões de brasileiros. Essa medida manteve a economia aquecida durante a pandemia e possibilitou que as indústrias mantivessem uma produção mínima para atendimento das demandas de primeira e segunda necessidade. O programa de renegociação de dívidas tributárias voltado a pessoas e empresas atingidas pela pandemia do novo coronavírus também foi uma importante resolução que conferiu um melhor fluxo de caixa às nossas indústrias. Discordamos, contudo, dos sucessivos aumentos da Taxa Selic, haja vista que a medida encarece o custo do crédito e dificulta o investimento em um momento de crise econômica, além do forte desestimulo à demanda.

JV - As pesquisas, neste momento, apontam para o provável retorno do ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto nas próximas eleições. A possível mudança deixa apreensiva as empresas ligadas à Fieam?

AS - O segmento produtivo é quem efetivamente gera a riqueza de um país, de forma que a interdependência entre as partes é vital para o desenvolvimento socioeconômico da nação. Temos certeza de que, independentemente do presidente eleito, o segmento industrial será pauta central nas discussões. A despeito das tendências diametralmente opostas dos candidatos, há uma clara percepção de que o setor industrial é vital em qualquer cenário que se apresente, não há como discutir um país forte, sem uma indústria forte. Politicamente a partidários, temos apenas um único partido com a bandeira voltada para o desenvolvimento do Amazonas.

JV - As associadas à Fieam já estão preparadas para cumprir as determinações da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que é considerada um dos avanços no desenvolvimento da indústria 4.0?

AS - Esse é um caminho sem volta. As indústrias locais possuem processos e certificações das mais modernas, e nossos produtos não devem em nada aqueles manufaturados em outras regiões do globo. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) vem para asseverar um direito fundamental e representa um avanço na proteção da privacidade dos titulares dos dados. A LGPD, dentro de pouco tempo, passará a ser uma exigência do próprio consumidor e do mercado, assim como as políticas ambientais e socialmente corretas, de modo que aquelas indústrias que não se adequarem, terão impactos no seu próprio valor._

JV- Quais serão os principais pontos que a Fieam defenderá nesta terça-feira (22/02), durante a primeira reunião do ano do Fórum Permanente de Articulação da Zona Franca de Manaus, na Câmara Municipal?

AS - É especialmente importante ressaltarmos a relevância do ingresso da Prefeitura Municipal nas discussões relativas ao Polo Industrial de Manaus. Das três esferas do poder, a prefeitura sempre foi o elo mais distante. Essa confluência de atores demonstra que estamos no caminho correto. O Polo Industrial de Manaus é a força motriz da nossa economia, e, embora consolidado, algumas medidas pro- postas neste início de ano afetam diretamente a sua competitividade. Assim é o caso da Reforma Tributária e o (1a pretensa redução linear do Imposto Sobre Produto Industrializado (IPI). A cidade de Manaus, em um eventual debacle das indústrias, seria a principal prejudicada, razão pela qual julgo de suma importância a participação da Prefeitura nestes debates.

JV - Mesmo trabalhando sob a grande tensão causada pela covid-19, a indústria continua otimista para os próximos meses? Há perspectivas de crescimento ou não?

AS - As dificuldades são inúmeras. A pandemia trouxe, à reboque, uma crise econômica e de confiança do consumidor. Além disso, houve um claro desalinha mento entre a oferta de insumos e a demanda por produtos acabados, e esse fator tem prejudicado a previsibilidade dentro das linhas fabris. Não menos importante, temos o impacto da inflação e toda a natural instabilidade causada por um ano eleitoral. A despeito dessas variáveis, os números do Polo Industrial de Manaus foram extremamente alvissareiros em 2021. Essa é uma demonstração clara da solidez do nosso modelo. Nossas expectativas são positivas para o ano em curso. No último ano, por exemplo, o Polo Industrial de Manaus teve média de 103 mil trabalhadores diretos, um aumento de 12% em relação à 2020, estimamos que a variação positiva em 2022 fique entre 6% e 8%. Uma vez normalizado o fornecimento de determinadas matérias-prima, também deveremos ter melhora nos indicadores fabris, os quais já sinalizam uma retomada mesmo diante de todas as dificuldades. Certamente será um ano desafiador, mas o segmento industrial é resiliente e está habituado a trabalhar e superar as adversidades.

BIOMETRIA

Eu gosto... ...de aproveitar o convívio da minha família nos almoços de sábado em nossa casa. Gosto de jantar com os verdadeiros amigos. Passear de carro à noite pelo centro de Manaus, rememorando os tempos mais simples e as histórias de outrora. Sou um apaixonado pela cidade de Manaus e pela nossa região amazônica. Como amante de futebol, também não dispenso jogar uma boa pelada. Por fim, também aprecio um passeio de lancha aproveitando as belas paisagens do nosso estado. Sou filho e defensor desta terra e, como tal, gosto de aproveitar tudo o que ela tem a oferecer.

Fonte: Acrítica

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