16/09/2022
Andréia Leite
O setor da Indústria ainda segue com a maioria dos trabalhadores temporários. Foi ele quem puxou as contrações na modalidade no mês de agosto, resultando no melhor número desde a série histórica, iniciada em 2014. Em todo país foram geradas 248.560 vagas temporárias. Um aumento de 25,8% com relação a agosto de 2021, quando foram geradas 197.580. Os números da Asserttem (Associação Brasileira do Trabalho Temporário), acima do esperado, demonstram que a tendência deve aquecer ainda mais nos próximos meses.
“Agosto teve um resultado surpreendente, superando nossas expectativas. Assim, confirmamos que a economia brasileira está aquecida, sendo puxada pelas contratações do setor da Indústria”, afirma o presidente da Asserttem, Marcos de Abreu.
Motivado pelo Dia das Crianças e as festividades do final de ano, período de aquecimento natural, as oportunidades tendem a se manterem. “A indústria de malharia infantil acusou um volume imprevisto de contratações, visando tanto o Dia das Crianças quanto as próximas datas sazonais do quarto trimestre, como a Black Friday e o Natal”, comenta.
Embora não tenham dados da região Norte ou especificamente do Amazonas, especialistas garantem que o estado tem acompanhado esse movimento. Luanna Cunha, gerente de RH de uma Indústria de Embalagens para Alimentos e diretora técnica de um Consultoria em RH que atua com seleção, percebeu um aquecimento tanto da indústria quanto na área de serviço em virtude da aproximação do final do ano e da Copa.
“Eu observei um aumento significativo. Estimo hoje uns 20%. Para o segmento de serviços, por exemplo, estimo um aumento de 30% a 32% , em comparação ao ano anterior, nos próximos meses com a aproximação do Black Friday. Aqui estou considerando o movimento de seleções que estamos tendo na consultoria”, comentou ela.
Além disso, segundo o presidente da Asserttem, o setor do comércio também ganha destaque nesse período devido à abertura de vagas temporárias, principalmente, nas lojas de brinquedos, que acabam prorrogando os contratos até o Natal.
Próximos meses
Para a entidade, a expectativa para o final de ano (4° e último trimestre) é positiva, em que a geração de vagas temporárias deve ser impulsionada por alguns fatores como a redução da inflação; melhoria na entrega dos insumos; e economia aquecida.
Porém, de acordo com a associação, pode haver dificuldades na contratação de temporários pela falta de trabalhadores. “Estados como Santa Catarina, Mato Grosso e Goiás e algumas regiões do interior de São Paulo já enfrentam entraves na contratação”, sinaliza Abreu.
Por isso, o presidente da Associação frisa que, para quem está desempregado ou procura pelo primeiro emprego, o Trabalho Temporário é uma oportunidade eficiente de acesso ao mercado. “É importante frisar que há vagas temporárias, mas que muitas vezes faltam candidatos para ocupá-las. Os trabalhadores devem estar atentos às oportunidades, com destaque para mão-de-obra operacional nas cidades do interior”, concluiu.
No mês de junho, a associação projetava que entre os meses de julho e setembro, a Indústria seguiria como destaque nas contratações temporárias, principalmente nas áreas Alimentícia, Farmacêutica e de Óleo e Gás; seguido do setor de Serviço, com ênfase para as áreas de Logística, Tecnologia da Informação e Serviços para pessoas físicas, que engloba clínicas, restaurantes, companhias aéreas; e do Comércio.
Formato
O Trabalho Temporário – previsto nos termos da Lei Federal 6.019/74 e do Decreto nº 10.854/2021 – pode ser visto como um termômetro da economia brasileira. Isso porque, a modalidade vem ganhando destaque por ser uma opção formal de contratação rápida, flexível e que garante segurança econômica e jurídica tanto para os trabalhadores quanto para as empresas.
Fonte: JCAM