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Contas de energia no Amazonas podem ficar mais caras com privatização

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01/02/2019

Notícia publicada pelo Em Tempo Online

Lucas Vítor Sena

A tarifa de energia no Amazonas pode ficar mais cara com a privatização em definitivo da Amazonas Energia, que foi adquirida pelo Consórcio Oliveira Energia Atem no dia 10 de dezembro. O alerta é da empresa de geradores Gopower & Air Locação de Equipamentos Industriais, que foi aceita como terceira interessada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no processo que analisa a aquisição do controle acionário da concessionária pelo consórcio. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União da última quarta-feira (30).

A Gopower argumentou ao Cade que a operação "tem o potencial de afetar seus interesses diretos, bem como ter implicações concorrenciais relacionadas à possibilidade de fechamento de mercado de locação de geradores de energia elétrica, o que poderia, em sua visão, levar a aumentos de tarifas aos consumidores de energia elétrica atendidos pela Amazonas Energia".

A possibilidade de intervenção de terceiros em processos administrativos no Cade é prevista em lei e aberta àquelas empresas que possam ser atingidas pelo ato de concentração econômica. No despacho, o Cade dá um prazo adicional, até 12 de fevereiro, à Gopower para apresentação de eventuais novos elementos sobre o caso.

Divergentes

Apesar do risco apresentado pela Gopower & Air, alguns amazonenses se mostram favoráveis à privatização da concessionária. É o caso, por exemplo, do farmacêutico João Kinsey Barros, de 34 anos, que afirma estar indignado com o péssimo atendimento ofertado pela Amazonas Energia. Ele reside no bairro da Raiz, na Zona Sul de Manaus, e mora com a esposa, o filho, a mãe e o padrasto.

"Tem muitos funcionários da Amazonas Energia se escondendo atrás do fato de serem concursados e prestarem um atendimento péssimo ao consumidor. Eu penso que a privatização moralizaria o serviço e atenderia melhor o cidadão, que já sofre com tantos impostos", afirma.

Barros conta que a sua fatura de energia, que no início de 2018 chegava a R$ 350, chegará a R$ 1.000 em janeiro de 2019. Mesmo na contramão das previsões de aumento, ele crê que a privatização da Amazonas Energia trará a oferta de um serviço melhor para a população.

"Em média, nós pagamos R$ 750. É um valor absurdo, e com a privatização, creio que minha conta diminuiria e eu pagaria o preço justo, uma vez que já avaliaram o terminal da minha casa e viram que está gerando uma contagem errada. A conta aumentou em 200% em um ano", salienta.

A estudante de Direito Fabiane Nunes, de 30 anos, é uma das que relata ter um consumo muito além do que considera ser o correto. Ela mora com a mãe, mas tem um apartamento que está fechado e deixa apenas uma geladeira ligada. A conta de energia saltou de uma variação de R$ 130 a R$ 150 para R$ 360 a R$ 400, de setembro de 2018 a janeiro de 2019.

"Não mora ninguém nesse apartamento, e só a geladeira está ligada. Tanto é que eu tenho uma coleção de protocolos de reclamações com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por conta disso", conta. Fabiane acredita que, certo ponto, a privatização da empresa será positiva, mas que depende de vários fatores.

"Eu apoiaria se houvesse um mecanismo de conter os furtos de energia. Enquanto isso não acontece, quem paga honestamente suas contas continua a pagar absurdos por conta daqueles que usam 'gatos' de energia", afirma.

Leilão

O leilão de venda da distribuidora da Eletrobras foi realizado no dia 10 de dezembro e depois a operação foi notificada ao Cade que precisa analisar e decidir pela aprovação ou não do ato de concentração.

O Consórcio Oliveira Energia Atem foi o único proponente do leilão. Ao arrematar a Amazonas Energia, o grupo assumiu o compromisso de fazer um aporte de capital de R$ 491 milhões na companhia e realizar investimentos que somam R$ 2,7 bilhões em cinco anos.

Os novos controladores também deverão buscar a melhoria financeira da distribuidora, que mudará de donos com uma dívida de R$ 2,2 bilhões.

*Com informações da Agência Estado.

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