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Confiança da indústria sofre novo abalo e vai ao nível pré-eleitoral

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01/08/2019

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

Marco Dassori

O nível de confiança da indústria sofreu novo abalo em julho e chegou ao pior nível desde outubro de 2018. É o que apontam os números do ICI (Índice de Confiança da Indústria), calculado pelo Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas), a partir de informações de 1.142 empresas. O indicador recuou 0,9 ponto, chegando a 94,8 pontos.

O nível de confiança caiu em 11 dos 19 segmentos industriais pesquisados, e as quedas foram concentradas na avaliação do cenário atual. O Índice de Situação Atual caiu 2,2 pontos e chegou a 94,3 pontos, o menor desde novembro de 2018 (93,4 pontos). Já o Índice de Expectativas, que mede as projeções do setor, teve sua primeira alta em 2019 (+0,5 ponto), chegando a 95,3.

Caiu de 19,6% para 11,9% o percentual de empresas que avaliam a situação atual como boa, e subiu de 21,1% para 22,7% o das que consideram o cenário ruim. A parcela de empresas que preveem melhora no futuro aumentou de 34,9% para 38,4%, enquanto o grupo que acredita em piora diminuiu de 13,2% para 10,3%. Já os indicadores de produção e emprego previstos para os próximos três meses recuaram 1,4 ponto e 0,3 ponto, respectivamente.

Apesar do pessimismo mais acentuado, o nível de utilização da capacidade instalada da indústria subiu de 75% para 75,5% em julho, patamar idêntico ao de outubro de 2018. O indicador que mensura o nível de estoques piorou 0,6 ponto para 94,1 pontos, o mais baixo desde junho de 2018 (90,2 pontos).

Quase parando

Não é de hoje que o setor atravessa um momento negativo. Depois de ensaiar uma retomada na virada do ano, seguiu em ritmo de ponto morto na maior parte do primeiro semestre, com baixo uso da capacidade instalada, produção e vendas perto da estagnação e cortes nas contratações e investimentos.

Os números mais recentes do IBGE confirmam isso. Depois de sofrer duas quedas mensais seguidas, a produção industrial do Amazonas reagiu em maio e avançou 1,2% em relação a abril. Foi um dos poucos Estados do país com números positivos nesse tipo de comparação. Em relação ao mesmo mês de 2018, a indústria amazonense subiu com mais forca e chegou a 3%.

Mas, a alta não foi suficiente para tirar o acumulado do vermelho. De janeiro a maio, verificou-se uma melhora em relação à sondagem anterior (-3%), mas o saldo seguiu negativo em 1,8%. No aglutinado de 12 meses, houve queda de 2,8%, pouco acima da marca do mês anterior (-2,7%).

No acumulado do ano, só metade dos segmentos industriais do Estado pontuaram alta, com destaque para máquinas e equipamentos (+11,3%), produtos derivados do petróleo (+7,4%) e outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores (+5,6%).

Selic e crédito

No entendimento do presidente do Simplast (Sindicato das Indústrias de Material Plástico de Manaus), Claudio Barrella, os dados da pesquisa da FGV sobre a confiança da indústria brasileira expõem uma oposição entre as visões de curto e longo prazo do empresariado brasileiro, diante do atual panorama econômico nacional.

“No momento atual, os índices das empresas são desfavoráveis. Mas, acreditando nas atuais medidas do governo, no avanço da Reforma da Previdência e na abertura das discussões sobre a Reforma Tributária, há certo otimismo, com previsão de queda da Selic e aumento na oferta de crédito. Porém, essa melhora da economia não deve se refletir na evolução dos empregos e dos investimentos no curto prazo”, ponderou.

Ambiente de negócios

Já o vice-presidente do Sinaees (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus), Celso Piacentini, se diz otimista, embora ressalte que a demora para a realização da primeira reunião do CAS (Conselho de Administração da Suframa) neste ano, assim como os constantes atritos do governo com diversos setores da sociedade não contribuem para tornar menos volátil o ambiente de negócios brasileiro.

“A situação está embolada pelo ambiente de reformas e confusões do governo. Mas, os números da bolsa têm sido positivos, sinalizando mais ânimo do investidor. E os dados de produção e emprego também estão melhores do que 2018. As condições para que o mercado decole ainda não apareceram, mas continuo confiante e minhas expectativas seguem positivas. Uma hora, o país vai ter que voltar ao normal”, encerrou.

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